À medida que as investigações avançam, os militares tentam se proteger e diminuir a participação de seus colegas na elaboração do plano de golpe, atribuindo a responsabilidade ao governo Bolsonaro.

Preocupados com as conclusões da Polícia Federal na operação Tempus Veritatis, que investiga uma tentativa de golpe por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, os militares buscam minimizar o envolvimento de seus membros, especialmente o general Estevam Theophilo, comandante do Comando de Operações Especiais Terrestres (Coter), que teria apoiado os planos de Bolsonaro.

A PF considera necessário investigar a omissão dos comandantes do Exército e da Aeronáutica. Segundo o Exército, o Coter, sediado em Brasília, não tem tropas subordinadas e está vinculado ao Comando Militar do Planalto, o que limitaria suas ações sem a aprovação do comandante do Exército. No entanto, mesmo integrando o Alto Comando, Theophilo seria parte de um grupo de planejamento sem capacidade de atuação.

Outros militares, como os coronéis Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, Hélio Ferreira Lima, Bernardo Romão Correa Neto e outros, são vistos como coadjuvantes do golpe, fornecendo informações falsas ao núcleo golpista e trocando mensagens com o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.

As Forças Especiais são consideradas de “chão de fábrica”, com papel para militares em início de carreira, e não possuem comando. Figuras como Augusto Heleno e Walter Braga Netto, ambos na reserva, não teriam poder para mobilizar tropas ativas.

O ministro da Defesa, José Múcio, e o comandante Tomás Paiva enfatizam a necessidade de avançar nas investigações para responsabilizar individualmente os envolvidos, a fim de evitar que os episódios contaminem as instituições. O Alto Comando considera que o grupo golpista era limitado e não representava o Exército como um todo, discordando da representação feita pela PF.


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