O ministro da Defesa, José Múcio, declarou nesta quarta-feira (20) que os militares presos na operação da Polícia Federal (PF), que investiga um suposto plano de golpe de Estado em 2022, agiram individualmente e não representavam as Forças Armadas. Segundo a PF, o plano incluía o assassinato do presidente Lula (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Não são pessoas que representam as Forças Armadas. Não estavam representando os militares. Estavam com os CPFs [deles], isso foi iniciativa de cada um. E eu desejo que tudo seja apurado e que os culpados sejam julgados pela Justiça“, afirmou Múcio ao chegar ao Itamaraty para um jantar em homenagem ao presidente da China, Xi Jinping.

Múcio destacou que o caso está sob responsabilidade do STF e da PF. “As Forças desejam que quem mancha o nome das Forças Armadas, se for culpado, seja punido”, completou.

A operação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, mirou um general da reserva, três tenentes-coronéis das forças especiais — conhecidos como “kids pretos” — e um policial federal. Segundo a investigação, os cinco presos usaram um aplicativo de mensagens em 2022 para planejar ações que incluíam o assassinato das três autoridades, com o objetivo de impedir a posse de Lula.

O caso se soma a outras investigações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que acumulou declarações golpistas durante seu mandato e é apontado como figura central em tramas que buscavam subverter o processo democrático.

Especialistas em direito penal divergem sobre a gravidade das condutas dos presos. Quatro em cinco especialistas consultados, afirmam que os atos podem ser enquadrados como crimes contra a democracia. No entanto, uma corrente defende que as ações configuram apenas atos preparatórios, o que dificultaria a aplicação de punições criminais.

A operação ocorre poucos dias após explosões na Praça dos Três Poderes, que também estão ligadas a inquéritos envolvendo Bolsonaro e seus aliados.

Marcelo Camargo/Agência Brasil


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