O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a realização do júri popular para o julgamento dos ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados de serem os autores do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O julgamento foi marcado para o dia 30 de outubro, com a data confirmada por Moraes, que é o relator do inquérito no STF.
A decisão foi comunicada pelo juiz Gustavo Kalile, titular do 4º Tribunal do Júri, que já havia coordenado uma reunião em 12 de setembro com o Ministério Público e a defesa para definir a data do julgamento. A autorização de Moraes era necessária devido ao seu papel como relator do caso no Supremo.
Para evitar tumultos durante o julgamento, o juiz Kalile determinou que apenas pessoas envolvidas diretamente no júri estarão presentes no plenário. A defesa de Ronnie Lessa também solicitou que o presídio em Tremembé, São Paulo, onde ele está detido, reserve o dia 29 de outubro para uma entrevista prévia ao julgamento, facilitando o início dos procedimentos no dia seguinte.
Ronnie Lessa, que está preso em Tremembé após realizar delação premiada, anteriormente cumpria pena na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. A delação de Lessa identificou os supostos mandantes do crime, resultando em sua transferência para São Paulo. Ele confessou ter sido o atirador que executou Marielle Franco, enquanto seu cúmplice, Élcio Queiroz, dirigia o veículo usado no crime.
A defesa e a acusação decidiram dispensar os depoimentos do delegado Giniton Lages e do policial civil Marco Antônio de Barros Pinto, que eram suspeitos de interferir nas investigações para proteger os réus.
Lessa e Queiroz, além de admitirem sua participação no crime, acusaram o deputado federal Chiquinho Brazão e seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, de serem os mandantes do assassinato. Ambos negam qualquer envolvimento.
Além dos irmãos Brazão, outros envolvidos no inquérito, como o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, e o major da Polícia Militar, Ronald Paulo de Alves Pereira, são réus por homicídio e organização criminosa e estão presos aguardando julgamento.