O Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Contas da União) pediu hoje à Corte a suspensão da pensão de R$ 22,8 mil paga à esposa do ex-major do Exército Ailton Barros.

Pedido diz que pagamento é imoral, embora não seja ilegal. “[É] escandalosa concessão de pensão com fundamento na morte de quem todos sabem que está vivo, e que foi expulso do cargo que ocupava por comportamento incompatível com a honra da instituição”, diz o pedido, assinado pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado.

Documento cita prejuízo para os cofres públicos e para a imagem da administração pública do país, e pede suspensão imediata até que o TCU analise todos os benefícios concedidos em situações semelhantes.

Subprocurador embasou o pedido em reportagem publicada pelo portal UOL.

Esposa de ex-major recebe pensão de R$ 22,8 mil porque Exército o considera “morto”. Ele foi expulso da corporação em 2006, após várias condutas impróprias, como panfletagem nos quartéis e tentativa de atropelar um colega que o parou quando trafegava em alta velocidade na Vila Militar.

Ao ser expulso das Forças Armadas, o militar deixa de receber a aposentadoria que teria direito, mas como contribuiu para a pensão, a esposa pode receber o benefício.

Ex-major do Exército, Ailton Barros foi preso em operação da Polícia Federal que investiga possível fraude no cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ao concorrer para deputado estadual pelo Rio de Janeiro no ano passado, ele se apresentou como “01 de Bolsonaro”. Ele não foi eleito.

Além de Ailton, foram presos mais quatro aliados de Bolsonaro, incluindo o ex-ajudante de ordens da Presidência, o tenente-coronel Mauro Cid.

Mensagens obtidas pela PF mostram que Ailton disse a Cid saber quem era o mandante da morte da vereadora do Rio Marielle Franco em 2018.

Também em mensagens a Cid, Ailton propôs um golpe de Estado em dezembro do ano passado.


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