Por Geraldo Elísio (Repórter)

Com o atípico quadro econômico no Brasil, em vista de maus governos aliados à pandemia e guerras, milhares de famílias só podem morar nas ruas. A esta infelicidade soma-se o surgimento, depois de dez anos da primeira morte de um garoto indígena vítima da raiva humana após ser mordido por um morcego.

As autoridades da área sanitária não devem nem discutir, porém de imediato partir para uma campanha de vacinação a começar imediatamente – envolvendo inclusive cães, gatos e outros animais – visto o mal não oferecer perspectivas de cura. E não é necessário nem mesmo se deslocar à área rural para a constatação desse perigo.

Se a Rua da Bahia é um ícone da fisiografia mineira quem por ela trafegar verá bem como em também em outras praças e ruas adjacentes as multidões de deserdados da sorte acompanhados de seus animais de estimação livremente andando nas companhias de seus donos e donas.

Isto pode ser visível a qualquer hora do dia ou da noite. Não se trata de criar pânico, porém alertar para medidas preventivas. O serviço de zoonose é muito bom em Belo Horizonte, não me parece existir falta do medicamento, contudo devemos lembrar que prevenir é sempre melhor do que remediar. Os postos e o pessoal da vacinação são bem equipados e competentes.

Comecei pela citada Rua da Bahia, onde, em seu trecho da região central existe até mesmo um florescente comércio de filhotes que são postos a procriar pelos proprietários. Nenhuma razão para qualquer tipo de pânico e violência contra os pobres. Porém sinal de alerta para a obrigatoriedade gratuita de vacinas, tanto em humanos quanto animais, antes de vivenciarmos outra pandemia.

Os animais de rua não atacam o ser humano gratuitamente, porém se são pisados ou atingidos de forma involuntária, o problema está criado. Existe um filme brasileiro, de caráter biográfico, contando a vida da doutora Nise de Souza, chamado No Coração da Loucura, um ensaio cujo objetivo é problematizar questões das premissas de louca, subversiva e incapacidade, por elas vividas em sua existência real diante de preconceitos imbecis e desumanos.

Fora de seus propósitos, o saber médico pode servir a causas distantes do humanismo, principalmente quanto ao sofrimento psíquico. Ela foi uma vencedora com as suas teses e comportamentos. Que o assunto seja tratado rápido e com o cuidado de não se transformar em outra disputa política. E muito menos a criminalização dos pobres.

Em circunstância alguma a pobreza e seu elenco de dores podem ser politizados.