A exploração de minério na Serra do Curral, autorizada por meio de licenciamento concedido à Taquaril Mineração (Tamisa), pode causar deslizamentos e comprometer a estabilidade do Pico Belo Horizonte, conforme avaliação de geólogos da prefeitura da capital.

Um parecer técnico, assinado por quatro profissionais e anexado a um documento da Procuradoria-Geral do Município (PGM), foi apresentado nesta quinta-feira (19) à Justiça Federal, solicitando a suspensão da licença dada pelo governo de Minas à mineração na Serra do Curral.

De acordo com os engenheiros, “não está garantida a estabilidade geotécnica”. Os profissionais dizem que os estudos fornecidos pela Tamisa não são suficientes. “Não é possível afirmar que a implantação da mineração não vai causar impactos à paisagem do município”, afirma.

De acordo com os técnicos, a proximidade entre o Pico Belo Horizonte e a cava oeste do empreendimento da Tamisa “é motivo de preocupação, visto que a exploração da área em questão pode resultar em destruição do marco topográfico tombado”. Além disso, o uso de explosivos pode gerar vibrações e resultar em movimentos de massa que comprometeriam a integridade do pico.

O Hoje em Dia procurou a Tamisa e aguarda retorno. Em comunicado anterior, a empresa já havia afirmado que a Serra do Curral e o Pico de BH já são tombados pelo Iphan e prefeitura, e que a “mineração não vai afetar o que já é protegido por lei”.

Já o governo estadual, em nota, disse que “não comenta ações judiciais e que, quando intimado, se pronuncia nos autos dos processos”.

Com relação ao estudo, informou que “toda análise de empreendimentos a serem implantados, inclusive os de mineração, é feita em conformidade com a legislação vigente e respeitando os limites que envolvem a mineração no país.”