A Polícia Federal recuperou arquivos deletados do celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, revelando que os golpistas monitoravam detalhes da segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como nomes, rotinas e armamento dos seguranças, conforme informou o portal UOL.
As provas, ligadas aos eventos de 8 de janeiro, foram recuperadas com o uso de software israelense especializado, permitindo acesso a mensagens que mostravam também o monitoramento dos seguranças de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o UOL, o plano previa capturar tanto Lula quanto Moraes, e os golpistas planejavam enfrentar armados as equipes de segurança.
Com essas revelações, Moraes autorizou mais 60 dias de investigações pela PF. Após a conclusão, a Procuradoria-Geral da República (PGR) revisará os dados, que podem chegar ao STF em 2025.
A PGR indicou que a investigação sobre o possível envolvimento de Bolsonaro em uma trama para permanecer no poder está próxima de ser finalizada, mas agora considera novos indícios vindos do celular de Cid. Dois fatores complicam a situação de Bolsonaro: um áudio de Cid sugerindo que ele ajudou a redigir uma minuta de golpe e o testemunho do general Marco Antônio Freire Gomes, que aponta encontros promovidos por Bolsonaro para discutir medidas jurídicas, como a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e estado de defesa.
Convocado pela PF, Bolsonaro permaneceu em silêncio. A PF também conduziu audiências simultâneas para evitar alinhamento de versões entre os investigados, resultando em 15 depoentes optando por não responder.
Foto: Lula Marques/ Agência Brasil