O diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira, 12 de agosto, que uma possível alta na Selic, a taxa básica de juros, não está descartada e “está na mesa” das discussões do Comitê de Política Monetária (Copom). A declaração foi feita durante um evento promovido pela consultoria Warren Rena, em São Paulo. Galípolo, no entanto, destacou que o Banco Central não forneceu nenhuma indicação específica sobre o que será decidido nas próximas reuniões do Copom.

A especulação sobre um possível aumento da Selic ganhou força após a divulgação da ata da última reunião do Copom, realizada em 31 de julho. No documento, o comitê afirmou que “não hesitará em elevar a taxa de juros” caso considere necessário para manter a inflação dentro da meta.

A decisão do Copom de manter a Selic em 10,5% tem sido alvo de críticas tanto do governo quanto de representantes do setor produtivo brasileiro. A presidenta do Partido dos Trabalhadores, deputada federal Gleisi Hoffmann, acusou o Banco Central de “sabotagem do país”. O presidente do Sebrae, Décio Lima, alertou que qualquer aumento na taxa de juros pode ter impactos negativos sobre os pequenos negócios, prejudicando o empreendedorismo, a geração de empregos e a distribuição de renda no Brasil.

A Confederação Nacional da Indústria também se manifestou, afirmando que o atual nível da Selic impõe “severas restrições à atividade econômica brasileira”.


Avatar

administrator