A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) visitará nesta sexta-feira (1/11/24) a Cachoeira da Belinha e suas proximidades, em Piumhi, no Centro-Oeste do estado, para avaliar potenciais riscos da atividade minerária na região. A visita, que começa às 9h, também buscará identificar a importância socioambiental do local.
A cachoeira e seu entorno são abordados pelo Projeto de Lei (PL) 1.024/23, que propõe a criação do Monumento Natural da Cachoeira da Belinha, abrangendo o Ribeirão Araras e as áreas vizinhas. Esse tipo de Unidade de Conservação de Preservação Integral proíbe atividades degradantes, como a mineração. O projeto está em tramitação nas Comissões de Constituição e Justiça e de Meio Ambiente para obter parecer.
Principal ponto de ecoturismo de Piumhi e protegido por leis municipais, a Cachoeira da Belinha enfrenta o risco de instalação de empresas mineradoras na bacia do Ribeirão Araras, que abastece o município, e no Córrego Caxambu, onde está localizada a cachoeira. Mineradoras demonstraram interesse na exploração de ferro, cromo e manganês na região, com possíveis impactos para toda a área, incluindo a Serra do Andaime.
Como resposta à especulação minerária, moradores de Piumhi fundaram o movimento Amigos do Araras e Belinha, que defende a criação da Área de Proteção Ambiental (APA) Serra e Águas de Piumhi, buscando ampliar a preservação local.
Durante a visita, os parlamentares planejam ouvir a população para compreender a relevância da preservação da cachoeira, do Ribeirão Araras e de outras áreas de importância natural e cultural. Além disso, pretendem conhecer o manancial do Rio Piumhi, cujas águas contribuem para a bacia local.
Piumhi está situada entre o Parque Nacional da Serra da Canastra, que abriga a nascente do Rio São Francisco, e o Lago de Furnas, ambos reconhecidos por suas atrações naturais. As serras do município guardam muros de pedra que são considerados sítios arqueológicos, como o Sítio Arqueológico Caxambu, além de uma biodiversidade rica em fauna, flora e nascentes.
A cidade tem investido significativamente no turismo, o que torna a conservação ambiental essencial para apoiar o setor. Além disso, Piumhi faz parte da região do queijo Canastra, um patrimônio cultural imaterial do Brasil, reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o que agrega valor à preservação de sua paisagem e patrimônio natural.