Os preços do petróleo seguem em alta nesta terça-feira (8), em meio às preocupações sobre a disponibilidade de oferta após os EUA anunciarem que irão proibir a importação de petróleo russo. Já as bolsas dos EUA tinham alta.

Perto das 16h (horário de Brasília), o barril de petróleo Brent subia 4,77%, negociado a US$ 129,09, enquanto que o WTI tinha alta de 4,75%, a US$ 125,07o barril.

Na segunda-feira, o contrato do petróleo Brent fechou em alta de 4,31%, a US$ 123,21 por barril, após ter chegado a encostar nos US$ 10. Já o WTI subiu 3,21%, a US$ 119,40 por barril.

O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou nesta terça-feira (8) o fechamento dos portos americanos para a importação de petróleo russo. Ele alertou que o preço da gasolina vai subir “ainda mais”, mas que irá liberar parte das reservas nacionais.

A Rússia é o segundo maior exportador de petróleo do mundo, com exportações de cerca de 7 milhões de barris por dia de petróleo bruto e derivados combinado, ou cerca de 7% do fornecimento global.

O país já havia sido submetido a sanções pela invasão à Ucrânia, mas as exportações de óleo para energia haviam sido poupadas. A gigante britânica do petróleo Shell anunciou, nesta terça-feira (8), que planeja se retirar do petróleo e do gás russos “gradualmente”, como resposta à invasão russa da Ucrânia.

Já a Alemanha, o maior comprador de petróleo bruto russo, rejeitou na véspera os planos de um embargo de energia. Os Estados Unidos importaram mais de 20,4 milhões de barris de produtos brutos e refinados de petróleo por mês, em média, da Rússia em 2021, cerca de 8% das importações de combustíveis líquidos dos EUA, de acordo com a Administração de Informação de Energia (AIE).

A Rússia alertou na segunda-feira que poderia interromper o fluxo de gás natural através de gasodutos da Rússia para a Alemanha em resposta à decisão de Berlim no mês passado de interromper a abertura do controverso novo gasoduto Nord Stream 2.

Se todas as exportações de petróleo da Rússia fossem bloqueadas nos mercados globais, analistas disseram que os preços poderiam subir para US$ 200 o barril.

Preço do níquel bate recorde

O preço do níquel, o qual a Rússia é grande produtor, bateu novo recorde nesta terça. O metal, usado para produzir aço inoxidável e baterias para carros elétricos, chegou a ser negociado 101.365 dólares por tonelada. Uma hora depois, a cotação caiu a 82.195 dólares.

O impacto econômico da guerra na Ucrânia desestabiliza as Bolsas e provoca a disparada dos preços das commodities.

“A Rússia é o terceiro produtor mundial de níquel e o primeiro de produtos de níquel primário, como o níquel refinado necessário para baterias de veículos elétricos”, explica Benjamin Louvet, analista da OFI AM.