O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, ressaltou nesta quarta-feira (25) que o sucesso do agronegócio no Brasil está diretamente ligado à estabilidade climática. Durante um debate no Senado sobre as queimadas que afetam regiões da Amazônia, Pantanal e Cerrado, Agostinho enfatizou a importância do clima para a produtividade do setor.

“O agronegócio é responsável por 33% do PIB brasileiro. Não teremos sucesso nesse setor sem estabilidade climática. O principal recurso da economia brasileira é, justamente, o nosso clima”, afirmou o presidente do Ibama. Ele destacou que o desenvolvimento econômico do país, especialmente no campo, depende diretamente da preservação das condições climáticas.

Durante a sessão, Agostinho defendeu o aumento das penas para aqueles responsáveis por incêndios criminosos. Atualmente, o Código Penal prevê penas de dois a seis anos para crimes relacionados a incêndios, enquanto a lei de crimes ambientais estipula de dois a quatro anos. Segundo ele, a legislação atual é insuficiente e há uma sensação de impunidade em relação aos crimes ambientais. Ele chamou atenção para a necessidade de “coragem” para revisar essas penas, ampliando as sanções.

“A legislação brasileira, infelizmente, é insuficiente. Precisamos avançar não apenas nas punições para incêndios florestais, mas também em crimes como grilagem e desmatamento, que estão diretamente conectados”, argumentou Agostinho.

O debate no Senado foi conduzido pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO), que destacou que, somente em agosto, mais de 2,5 milhões de hectares de vegetação na Amazônia foram destruídos por queimadas. A senadora Leila Barros (PDT-DF), presidente da Comissão de Meio Ambiente, alertou que os incêndios florestais não são eventos isolados, mas estão agravando os impactos das mudanças climáticas. “Além de preservar o meio ambiente, estamos falando da saúde das nossas populações e da estabilidade da nossa economia”, destacou a senadora.


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