Os bancos mantiveram praticamente estável a projeção para o crescimento da carteira de crédito em 2024, com expectativa de 10,5%, ligeiramente abaixo dos 10,6% previstos em setembro. Para 2025, no entanto, a estimativa foi revisada para cima, passando de 9,1% para 9,3%. Os dados são da Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Febraban, realizada entre 13 e 19 de novembro com a participação de 17 instituições financeiras.

O levantamento confirma um cenário de expansão de crédito em patamares significativos neste ano, impulsionado por um ambiente econômico mais aquecido e um mercado de trabalho fortalecido,” afirmou Rubens Sardenberg, diretor de economia, regulação prudencial e riscos da Febraban.

A previsão para a carteira de crédito com recursos livres em 2024 permaneceu inalterada em 9,9%. No entanto, dentro desse segmento, o crédito às empresas teve uma revisão positiva, com projeção de crescimento de 8,5%, acima dos 8,2% estimados anteriormente. Por outro lado, o crédito livre para famílias foi ajustado para baixo, de 11,3% para 11,1%.

No crédito com recursos direcionados, a projeção para 2024 recuou levemente, passando de 11,9% para 11,7%, impactada pela redução das estimativas para as empresas, que caíram de 12,1% para 10,7%. Essa revisão reflete o desempenho abaixo do esperado de programas públicos, especialmente no Rio Grande do Sul. Em contrapartida, a estimativa de expansão do crédito direcionado para famílias subiu de 11,7% para 11,9%.

A alta para 2025 foi impulsionada pela melhora esperada na carteira com recursos livres, cuja previsão passou de 8,9% para 9,3%. Por outro lado, a expectativa de crescimento da carteira direcionada caiu de 10,3% para 9,8%.

A pesquisa também apontou leve aumento na projeção de inadimplência para a carteira livre em 2024 e 2025, fixada agora em 4,5%, acima dos 4,4% e 4,3% previstos anteriormente. Segundo Sardenberg, a alta nos índices de inadimplência, especialmente entre famílias e pequenas empresas, merece atenção, considerando o impacto de um novo ciclo de alta dos juros no mercado de crédito.

O cenário geral reflete otimismo moderado, mas com foco em acompanhar riscos associados à inadimplência.

Foto: Zanone Fraissat


Avatar

administrator