Deputados federais do PT realizaram, nesta quarta-feira (12), uma sessão solene no plenário da Câmara para comemorar os 45 anos de fundação do partido. O evento foi marcado por elogios ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, críticas às elites econômicas, defesa do socialismo e pedidos pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Entre os presentes estavam parlamentares como Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado; José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara; Rogério Correia (PT-SE), líder do PT no Senado; e Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara. Também compareceram a presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), o presidente da Fundação Perseu Abramo, Paulo Okamotto, e a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
Em seu discurso, Gleisi Hoffmann destacou que o PT surgiu “na luta contra a ditadura, em defesa do direito de greve” e que Lula foi “o primeiro presidente da República nascido do povo e forjado nas lutas da classe trabalhadora”. A deputada também classificou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff como um “golpe” e acusou a gestão de Jair Bolsonaro de representar um “período de caos e destruição”.
“A Presidência da República foi desonrada por um farsante que não merece mais que duas palavras na memória nacional: genocida e golpista”, afirmou. No mesmo tom, a deputada Erika Kokay (PT-DF) reforçou as críticas ao ex-presidente e declarou: “Sem anistia para golpista, extrema direita nunca mais. Vai ser preso, Bolsonaro.”
Lindbergh Farias defendeu que 2025 seja “o ano da prisão de Bolsonaro e dos generais que tramaram e urdiram” os atos de 8 de janeiro de 2023, que ele classificou como uma tentativa de golpe. O parlamentar também fez duras críticas às elites econômicas e ao Banco Central. “Darcy Ribeiro sempre dizia que temos uma elite inculta, antinacional e antidemocrática. A história do Brasil se repete: quando temos governos populares, tentam dar golpe”, disse. E completou: “Nosso desafio é lutar nas ruas e nas redes e defender o presidente Lula.”
O deputado Bohn Gass (PT-RS), ex-líder do PT na Câmara, aproveitou seu discurso para criticar o modelo capitalista e defender a construção de uma sociedade socialista. “O PT nasceu da indignação pelas injustiças do modelo capitalista que exclui o povo. Tivemos coragem para enfrentar as adversidades e consolidar um partido transformador, democrático e participativo. E nunca devemos abandonar o sonho do socialismo. Esse é o desejo do PT”, afirmou.
Durante o evento, José Guimarães aproveitou para elogiar Gleisi Hoffmann, apesar de divergências entre os dois nos bastidores. “Quero homenagear a presidenta Gleisi por tudo o que ela fez pelo país, pelo PT e pelo governo do presidente Lula. Sem ela, o PT não estaria tão forte como está hoje”, declarou.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, que não tem filiação partidária, lembrou as iniciativas sociais criadas pelo PT ao longo dos anos e ressaltou a retomada de programas na atual gestão. “Estamos fortalecendo o Mais Médicos, idealizado no governo da presidenta Dilma. Também ampliamos o Farmácia Popular e buscamos superar gargalos históricos do SUS, como o acesso a especialidades”, explicou.
Além dos petistas, parlamentares de outros partidos participaram da solenidade e saudaram o aniversário da sigla. Entre eles estavam Ivan Valente (PSOL-SP), Chico Alencar (PSOL-RJ) e Lídice da Mata (PSB-BA). “Nem sempre votamos juntos, mas nossas divergências são politizadas e respeitosas”, disse Alencar. “Por isso, seguimos na luta por socialismo, liberdade e governo dos trabalhadores”, concluiu.
O PT foi fundado em 10 de fevereiro de 1980, durante uma reunião no Colégio Sion, em São Paulo, quando foi aprovado o manifesto da sigla. Para celebrar seus 45 anos, o partido organizará uma festa no Rio de Janeiro, aberta ao público, com apresentações artísticas e eventos políticos.
Foto: Gabriel Paiva