O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, alertou que a intensificação da seca deve levar ao acionamento de 70% a 80% das termelétricas no Brasil nos meses de outubro e novembro. Esses meses marcam o final do período seco, quando os níveis dos reservatórios das hidrelétricas estarão ainda mais baixos e o consumo de energia tende a aumentar devido à elevação das temperaturas.
Em entrevista à CNN Brasil, Silveira afirmou que, apesar das medidas para preservar os reservatórios, o parque térmico do país está preparado para ser acionado caso seja necessário. Ele destacou que, neste ano, é provável que o acionamento de até 80% da capacidade térmica, que totaliza cerca de 20 GW, seja necessário para garantir o suprimento de energia.
O ministro demonstrou preocupação com a situação dos reservatórios, especialmente nos horários de pico de consumo, como o final da tarde e início da noite. Nesse período, a geração solar deixa de contribuir com cerca de 30 GW, ao mesmo tempo em que o consumo aumenta, pressionando o sistema elétrico.
Com a previsão de chuvas abaixo da média e a menor disponibilidade de recursos hidráulicos, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) alertou que será necessário recorrer mais às termelétricas. A situação já vinha sendo monitorada desde fevereiro, e medidas adicionais, como o adiantamento do despacho de térmicas e o adiamento da manutenção de usinas, foram sugeridas para garantir o fornecimento elétrico.
O agravamento da seca e a previsão de alta demanda também levaram a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a acionar a bandeira vermelha nível 2 para setembro, o que resultará em um aumento na conta de luz dos consumidores, com uma cobrança adicional de R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos. Esta é a primeira vez em três anos que esse patamar é utilizado, e a medida pode impactar a inflação no próximo mês.