Foi aprovada a liberação de um crédito extraordinário de novecentos e trinta e oito milhões e quatrocentos mil reais para combater a crise climática extrema que tem impactado diversos estados brasileiros. Desse valor, setenta milhões de reais serão direcionados à saúde indígena, com o objetivo de reduzir os impactos da seca e da estiagem que castigam várias comunidades indígenas, prejudicando o trabalho das equipes dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis).

De acordo com o Departamento de Gestão da Saúde Indígena (DGESI), cinquenta e sete milhões de reais desse montante serão alocados para fortalecer a logística e o transporte dos distritos sanitários mais afetados pela estiagem. Os treze milhões de reais restantes serão aplicados em ações de saneamento, incluindo a distribuição de água potável e a compra de filtros de barro para as comunidades.

“Nosso compromisso é garantir que esses recursos cheguem rapidamente e de forma equitativa aos Dseis mais vulneráveis. Vamos coordenar grupos com cada Dsei para orientar sobre os procedimentos de implementação e assegurar que os impactos positivos sejam sentidos de forma ágil pela população indígena”, afirmou Pedro Peres, coordenador do departamento.

Dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) indicam que o Brasil atravessa um dos períodos de seca mais severos das últimas décadas. Em junho e julho deste ano, o Monitor de Secas destacou um agravamento da situação em mais de quinze estados brasileiros.

Um exemplo desse cenário crítico foi observado durante uma recente missão da Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas em Saúde, coordenada pelo Departamento de Emergências em Saúde Pública (DEMSP) do Ministério da Saúde. A equipe visitou a aldeia Yawa, situada na Terra Indígena do Parque do Tumucumaque, no norte do país. Na região, a baixa do Rio Marapi, com bancos de areia e pedras expostas, tem tornado a navegação extremamente difícil. Trechos que antes eram percorridos em menos de duas horas agora exigem mais de cinco horas de deslocamento.

“As ações visam oferecer alívio imediato às comunidades indígenas. O crédito deverá ser utilizado ainda este ano, e estamos empenhados em garantir que os recursos sejam distribuídos rapidamente,” concluiu Peres.

 


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