A federação entre União Brasil e Progressistas (PP) foi oficialmente lançada nesta terça-feira, com forte sinalização de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aproximação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Juntos, os dois partidos comandam quatro ministérios no atual governo. O evento contou com a presença do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e do líder da legenda na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ).
Durante a cerimônia, o vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, elogiou Bolsonaro, reconhecendo sua influência no campo da direita. “Bolsonaro é um personagem com tamanho e densidade eleitoral inegáveis. Ninguém pode querer construir um projeto competitivo contra o PT sem levar em conta sua força. É necessário dialogar”, afirmou.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que trabalha para viabilizar sua candidatura presidencial em 2026, também discursou, reforçando o objetivo da nova federação. “Precisamos entender o recado que vem das ruas. Com essa federação, assumimos a responsabilidade de construir uma vitória em 2026. Estamos pavimentando um novo caminho para o Brasil”, declarou.
A federação será inicialmente comandada de forma conjunta por Ciro Nogueira, presidente do PP, e Antônio Rueda, presidente do União Brasil. Ambos são próximos do bolsonarismo e atuam para firmar um acordo com o ex-presidente visando as próximas eleições. Um dos possíveis nomes da direita para a disputa é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Embora o evento tenha reunido também alas mais governistas dos partidos, como os ministros André Fufuca (Esporte), do PP, e Celso Sabino (Turismo), do União Brasil, ambos permaneceram discretos e não discursaram durante a cerimônia.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), também marcaram presença. Apesar de o Republicanos ter decidido não integrar formalmente a federação, Hugo Motta destacou a afinidade ideológica. “Estamos prontos para colaborar com o fortalecimento dessa federação. Republicanos, Progressistas e União Brasil compartilham uma identidade de centro-direita e têm condições de trabalhar juntos pelo Brasil”, afirmou.
Davi Alcolumbre reconheceu os desafios internos para a formação da federação, mas minimizou as divergências. “Em momentos decisivos, é necessário buscar equilíbrio, diálogo e entendimento. A federação Progressistas e União Brasil nasce para contribuir com o futuro do país, mesmo diante de todas as dificuldades e peculiaridades que enfrentamos”, disse o senador.
O lançamento da federação marca uma nova etapa na reorganização das forças políticas de centro-direita, com olhos voltados para as eleições presidenciais de dois mil e vinte e seis.
Foto: Divulgação/PP