A Venezuela confirmou nesta segunda-feira (16) a prisão do policial argentino Nahuel Agustín Gallo, acusado de entrar no país em uma suposta missão para desestabilizar o regime chavista. O caso agrava a já tensa relação entre Venezuela e Argentina, que piorou desde a eleição de Javier Milei.

A prisão foi anunciada por Diosdado Cabello, ministro do Interior da Venezuela e figura de destaque no governo de Nicolás Maduro. Cabello insinuou que Gallo estaria envolvido em conspirações contra o governo, mas não forneceu detalhes sobre as acusações. “Aqueles que vêm para conspirar, que assumam sua responsabilidade”, declarou.

Segundo o governo argentino, Gallo viajava para visitar familiares no estado de Táchira, na fronteira com a Colômbia, e foi detido sem justificativa legal. “Não sabemos onde ele está, não recebemos notícias dele”, afirmou o irmão de Gallo, Kevin Gallo, ao canal TN na última sexta-feira (13).

O episódio ocorre em meio a outro embate diplomático entre os países. O chanceler argentino, Gerardo Werthein, exigiu na Organização dos Estados Americanos (OEA) que Caracas conceda salvo-condutos aos seis opositores venezuelanos asilados desde março na embaixada argentina em Caracas. Segundo relatos, o grupo enfrenta racionamento de água e vigilância constante de franco-atiradores.

O Brasil também pediu a liberação dos asilados, ressaltando a necessidade de garantir os direitos básicos dos refugiados. Desde julho, o governo brasileiro assumiu a gestão da embaixada argentina em Caracas, após a expulsão do corpo diplomático argentino pela ditadura de Maduro.

Além do caso de Gallo, o governo argentino denunciou a detenção de um funcionário local da embaixada em Caracas, classificando-a como uma “violação das normas internacionais”. Em nota, a Argentina exigiu a libertação imediata do funcionário, mas o Ministério das Relações Exteriores não divulgou sua identidade ou detalhes sobre sua prisão.

Diosdado Cabello aproveitou o episódio para atacar Patricia Bullrich, ministra da Segurança da Argentina, chamando-a de “fascista”. Bullrich havia afirmado que a prisão de Gallo “será motivo de guerra”.

Foto: Leonardo Fernandez Viloria


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