O senador Carlos Viana (PL) admitiu, nesta sexta-feira (12), que precisou escolher um vice para compor sua chapa ao governo de Minas que não o “apunhalasse pelas costas”. A declaração do candidato ao Palácio Tiradentes acontece um dia após o governador Romeu Zema (Novo) exonerar 23 dos 26 integrantes da vice governadoria de Paulo Brant (PSDB). A decisão ocorreu após o tucano, atual vice-governador, ser confirmado na chapa de Marcus Pestana (PSDB) como vice ao governo do Estado.

Viana afirmou ainda que a escolha do nome de Wanderley Amaro (Patriotas) se deu por questões religiosas. O senador confirmou, nesta semana, o nome do Coronel, que é evangélico, para vice.

“A primeira coisa que nós precisamos quando a gente começa a caminhar, é ter alguém que seja líder, que vai pedir a Deus pela nossa vida, não é ficar atrás, querendo te apunhalar. Isso é uma das coisas mais difíceis. Eu fico vendo os suplentes, suplente é um problema sério, o camarada tem que pedir a Deus todo dia para poder segurar”, alfinetou Viana.

Vale lembrar que o presidente Jair Bolsonaro (PL), aliado do senador, também enfrenta uma relação conturbada com o seu vice Hamilton Mourão (Republicanos). Os dois começaram a ficar distantes depois que um assessor do general ter alertado o chefe de gabinete de um parlamentar sobre a possibilidade de o Congresso ter de começar a se preparar para analisar um pedido de impeachment contra o comandante do Palácio do Planalto.

Após o episódio, Bolsonaro começou a ignorar seu atual vice e tem dito em recentes entrevistas que o escolhido para ser seu vice ‘não pode ser uma pessoa que conspira contra você”. Para a disputa em 2022, Bolsonaro escolheu Braga Netto para compor sua chapa à reeleição.

“Eu preciso de alguém que tenha a mesma visão de fé e política”, reforçou Carlos Viana ao defender que em um eventual governo irá priorizar as pautas relacionadas à segurança pública.

Segundo o candidato ao governo de Minas, uma de suas propostas de governo é repor anualmente a inflação nos salários de todos os servidores. “Se nós tivermos para os servidores o direito de um reajuste inflacionário atualizado, isso diminui a pressão. Não podemos ter 50 mil policiais manifestando nas ruas enquanto nós precisamos de segurança e estabilidade”, explicou Viana, que afirmou que não pode garantir um reajuste para as forças de segurança sem antes consultar o caixa do Estado.

“A minha ideia é entregar um modelo de gestão definitivo para o pessoal da PM, da Polícia Civil, que possa resolver as questões de aposentadoria, previdência”, pontuou.