O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou nesta semana que seguirá a orientação da direção nacional do partido quanto às eleições presidenciais de 2026 e não descartou a possibilidade de compor como vice em uma eventual chapa liderada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“Sou um soldado do partido, e o soldado acompanha o que o general determina. A direção nacional é quem define. Farei o que for melhor para o Novo”, declarou Zema durante o seminário “Rumos 2025”, promovido pelo jornal “Valor Econômico”, em São Paulo.
A possibilidade de aliança foi discutida em encontro recente entre o presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, e Tarcísio, no Palácio dos Bandeirantes. O diálogo abordou a sucessão presidencial e resultou no entendimento de que os dois partidos devem atuar “na mesma trincheira” da direita — o que não implica, necessariamente, uma chapa única.
Nos bastidores, cresce a pressão por uma composição com Tarcísio, que aparece como nome mais competitivo da oposição ao presidente Lula (PT) nas pesquisas. Segundo levantamento da AtlasIntel, divulgado em 7 de março, Tarcísio alcança 32,3% das intenções de voto em um cenário sem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), enquanto Zema aparece com 4,5%.
A pesquisa Genial/Quaest, divulgada em 26 de março, mostra que Tarcísio teria desempenho favorável contra Lula em estados como São Paulo, Goiás e Paraná, mas perderia no Nordeste. Em Minas Gerais, os dois aparecem empatados dentro da margem de erro, embora Zema mantenha alta aprovação no estado, o que o credencia como nome forte em uma eventual composição.
Zema rejeitou a ideia de deixar o partido, mesmo diante da força de outras legendas como o PL. “O Novo não faz politicagem. Preferimos perder uma eleição a fazer o conveniente”, afirmou.
Além de Zema, participaram do evento por videoconferência os governadores Helder Barbalho (MDB-PA) e Cláudio Castro (PL-RJ). Barbalho, aliado do presidente Lula, destacou os preparativos para a COP-30, que será realizada em Belém no final deste ano, e defendeu maior presença do mercado de carbono no Pará, com foco em preservação ambiental e atração de investimentos verdes.
“O Pará pode liderar a produção de alimentos com rastreabilidade e desenvolver um mercado forte de turismo e investimentos sustentáveis. Queremos que a COP-30 deixe um legado econômico, social e ambiental”, disse Barbalho, que também ressaltou a atuação do irmão, Jader Filho (MDB), como ministro das Cidades.
Cláudio Castro, por sua vez, evitou polarizações políticas e apresentou como destaque de sua gestão a conciliação entre desenvolvimento econômico e responsabilidade ambiental. O governador fluminense defendeu incentivos fiscais para empresas de setores como petróleo, gás e construção civil, condicionados à execução de planos de descarbonização. “Defendemos a produção aliada à preservação, com uma política ambiental realista e pragmática”, afirmou.
Zema, por fim, reforçou o discurso liberal e destacou medidas adotadas em Minas Gerais desde o fim do governo petista de Fernando Pimentel. “Seguimos os princípios do liberalismo: respeito à vida, à propriedade privada e à liberdade de expressão. Em Minas, bandidos são presos, não há invasão de terras, a propriedade é protegida, e o empreendedor é valorizado”, afirmou.
Foto: Aluísio Eduardo / Digital MG