Por Marcelo Gomes
Embora tenha chegado ao governo sem nenhuma experiência política, o governador Zema parece que já aprendeu o jogo sujo da política. Neste momento, utiliza práticas na tentativa de derrotar seus adversários na Assembleia Legislativa de Minas.
Uma fonte na assembleia mineira, que pediu anonimato, confirmou ao Novojornal que o Palácio Tiradentes tenta interferir nos resultados das eleições deste ano. Segundo o interlocutor, o jogo assim é operado:
Nos últimos tempos entraram recursos extras no caixa do estado. Isso em razão dos recursos do acordo com a Vale. Ao todo são R $37 bilhões que a mineradora deve por reparações. R $11,06 bilhões ficou com o estado.
Segundo a fonte, está sobrando recursos para o governo conceder aos possíveis candidatos que podem tirar votos de parlamentares oposicionistas. “Ele está usando essa sobra de recurso e o acordo da Vale para prejudicar os deputados que se opõem”, disse a fonte.
Zema não concede os recursos diretamente a tais pessoas. A transferência se dá, por exemplo, via convênios com as prefeituras e divulgada como um pedido de lideranças locais que concorreram à Assembleia, mesmo sendo mínimas suas chances de vitória deles, essa prática dispersa votos em regiões onde determinados deputados são fortes.
A fonte preferiu não citar nomes dos deputados que estão sendo prejudicados. Disse que até mesmo deputados neutros à Zema, mas cuja atuação se choca com os interesses do governador, estão sendo alvos. “Zema tá perseguindo demais os deputados da oposição”, completou.
Números do Portal da Transparência corroboram com a informação da fonte. Em 2019, primeiro ano de Zema, a Secretaria de Governo transferiu R $86 milhões, por meio de convênios, aos municípios. Ano passado esse volume saltou para R $903 milhões. Tal secretaria é o órgão político do Executivo; é nela que ocorrem as tratativas de transferências desses e de outros recursos.
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