Em meio a uma onda de incêndios que atinge várias regiões do Brasil, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou, no último domingo, dados preocupantes sobre a umidade relativa do ar. De um total de 453 estações meteorológicas distribuídas pelo país, 416 (equivalente a 91%) registraram níveis médios de umidade abaixo de 60%, limite considerado inadequado para a saúde humana. A umidade relativa do ar mede a quantidade de vapor de água presente na atmosfera em relação ao total que poderia estar presente, dado a temperatura.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), níveis de umidade abaixo de 60% começam a representar riscos para a população. Entre os problemas de saúde associados a essa condição estão complicações alérgicas e respiratórias, sangramentos nasais, ressecamento da pele e irritação nos olhos.
No Brasil, utiliza-se a escala psicrométrica para classificar a gravidade da umidade relativa do ar, dividida em três níveis principais:
Estado de Atenção: Níveis de umidade entre 21% e 30%. Nessa situação, é recomendado evitar atividades físicas ao ar livre entre 11h e 15h, beber bastante água, proteger-se do sol e umidificar o ambiente. No último fim de semana, 163 estações meteorológicas registraram esse estado, em cidades como Mineiros (GO), Montes Claros (MG), Ariranha (SP) e Ituverava (SP). Com os grandes incêndios em São Paulo, Ituverava também entrou em estado de alerta, com umidade atingindo 17%.
Estado de Alerta: Níveis de umidade entre 12% e 20%. As recomendações incluem evitar exercícios e trabalhos ao ar livre entre 10h e 16h, evitar aglomerações em locais fechados e usar soro fisiológico para olhos e narinas. Durante o mês de agosto, 62 estações registraram esse nível de umidade, em cidades como Barretos (SP) e Pradópolis (SP), ambas afetadas por grandes incêndios.
Estado de Emergência: Níveis de umidade abaixo de 12%. Nesse caso, é necessário interromper qualquer atividade ao ar livre entre 10h e 16h e suspender atividades em locais fechados que reúnam muitas pessoas.
Os dados do Inmet destacam a gravidade da situação e a necessidade de medidas para proteger a saúde da população, especialmente em regiões afetadas por incêndios e baixíssima umidade.