As agências da ONU e outras organizações humanitárias publicaram um comunicado dramático sobre a situação no norte da Faixa de Gaza, descrevendo-a como “apocalíptica”. Segundo o documento, a população palestina da região enfrenta um “risco iminente de morte” devido à falta de alimentos, medicamentos e ao aumento da violência. Quinze agências assinam o alerta, incluindo a OMS, Acnur, Unicef, ONU e a ONG Oxfam, exigindo o fim imediato dos ataques a Gaza e a garantia de segurança para os trabalhadores humanitários.

Desde o mês passado, as forças israelenses intensificaram uma operação contra o grupo Hamas no norte de Gaza, alegando que a ação visa impedir o fortalecimento das unidades de combate do grupo. A ofensiva ocorre em um território que há semanas está isolado, sem acesso a suprimentos básicos como alimentos, medicamentos e energia, o que, segundo o Comitê Permanente Interagências, tem resultado em uma tragédia humanitária crescente. “Centenas de palestinos morreram nos últimos dias, muitos deles mulheres e crianças, e milhares foram deslocados à força novamente”, relata o comunicado.

O documento também destaca as graves dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores humanitários, que se veem impedidos de realizar suas operações devido à insegurança e restrições de acesso. Além disso, os apelos por cessar-fogo humanitário e pela entrada de ajuda de emergência têm sido repetidos por autoridades internacionais, incluindo representantes dos Estados Unidos, mas até agora o acesso humanitário permanece restrito.

As agências da ONU também pedem a libertação imediata dos reféns capturados pelo Hamas e dos palestinos que estão sob detenção ilegal. A escalada de violência na Faixa de Gaza teve início em 7 de outubro, após um ataque de radicais islâmicos em Israel que resultou na morte de 1.206 pessoas, principalmente civis, e no sequestro de 251 pessoas, conforme dados do governo israelense. Destes, cerca de cem permanecem sob custódia no território palestino, enquanto 34 foram declarados mortos pelo exército de Israel.

Em resposta ao ataque, Israel lançou uma ofensiva que, até o momento, resultou na morte de aproximadamente 43.259 pessoas em Gaza, conforme dados do Ministério da Saúde do território, números que a ONU considera confiáveis. O comunicado das agências humanitárias ressalta a urgência em cessar as hostilidades e aponta que o atual cenário representa um “flagrante desrespeito pelos princípios fundamentais da humanidade e pelas leis da guerra”.

As organizações signatárias pedem que as partes envolvidas respeitem os direitos humanos e garantam a segurança dos civis. Em meio à destruição e deslocamento forçado de milhares de palestinos, as entidades reforçam a necessidade de uma solução que permita a entrada de recursos essenciais em Gaza para evitar um agravamento da catástrofe humanitária.


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