Nesta terça-feira, 29, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou seu apoio à candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) como seu sucessor na presidência da Casa em 2025. O anúncio foi feito na residência oficial, na presença de importantes líderes partidários, como Dr. Luizinho (PP-RJ) e Isnaldo Bulhões (MDB-AL). Lira destacou que escolheu Motta por acreditar que ele possui “maiores condições políticas de promover convergência” no Parlamento. “Depois de muito ouvir e conversar, estou convencido de que Hugo Motta é o candidato capaz de construir as pontes necessárias com diálogo e diplomacia“, afirmou.
Ao endossar Motta, Lira reforçou que a liderança do Republicanos na Câmara manterá a “mesma linha de trabalho” que ele seguiu. “Estou confiante de que Hugo, com sua experiência de quatro mandatos, saberá honrar o plenário, cumprir compromissos e buscar a convergência que beneficia o País”, acrescentou Lira.
Apesar de seu apoio, Lira fez questão de elogiar os adversários de Motta, como Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Antonio Brito (PSD-BA), chamando-os de “amigos de vida” e reiterando a legitimidade de suas candidaturas. “Todos que se apresentam na disputa merecem respeito e têm plena legitimidade para aspirar a este cargo”, declarou. Segundo Lira, ele manteve um diálogo aberto e leal com os colegas, ressaltando a importância de conquistar apoio dos parlamentares para assegurar governabilidade.
Nas últimas semanas, Lira e Motta têm buscado consolidar apoio do PT, que ainda não formalizou posição. O líder petista Odair Cunha (MG), entretanto, sinalizou que o partido tende a apoiar Motta. Em troca, o Republicanos ofereceu ao PT a Primeira-Secretaria, uma posição superior à ocupada atualmente pelo partido, que detém a Segunda-Secretaria com a deputada Maria do Rosário (RS).
Em 16 de outubro, Motta reuniu-se com a bancada do PT em um jantar oferecido pelo deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA), durante o qual prometeu que o tema da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro não seria parte de sua campanha. Segundo fontes, Motta afirmou que a responsabilidade de lidar com a questão recairia sobre Lira ainda este ano.
Na mesma linha, Lira retirou o projeto da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e transferiu-o para uma comissão especial, o que, em tese, pode atrasar a tramitação da proposta, pois o processo nessa nova comissão exige um mínimo de 40 sessões plenárias para apresentar um parecer.