Na manhã de terça-feira, 29, um ataque israelense a um prédio de cinco andares no norte da Faixa de Gaza, onde palestinos deslocados estavam abrigados, deixou pelo menos 34 mortos, incluindo mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. O serviço de emergência relatou que outras 20 pessoas ficaram feridas na ação, que ocorreu na cidade de Beit Lahiya, próxima à fronteira com Israel.
O exército israelense, que realiza uma operação de larga escala no norte de Gaza há mais de três semanas para atacar o que afirma serem grupos militantes do Hamas, não se pronunciou sobre o ataque. Entre as vítimas estão uma mãe com cinco filhos, alguns adultos, e outra mãe com seis filhos, segundo a lista inicial de vítimas fornecida pelo serviço de emergência.
Essa operação intensificada no norte de Gaza, focada no campo de refugiados de Jabaliya, causou centenas de mortes e um deslocamento massivo de civis, agravando a crise humanitária no território costeiro. Israel também restringiu severamente a ajuda ao norte da Faixa, ação que levou os Estados Unidos a alertarem que uma falha em facilitar mais esforços de ajuda poderia impactar o apoio militar ao país.
Os palestinos temem que Israel esteja implementando um plano proposto por ex-generais israelenses, sugerindo evacuação forçada da população civil do norte e bloqueio de ajuda, considerando militantes aqueles que ficarem na área. O exército negou que esteja seguindo essa estratégia, enquanto o governo israelense não esclareceu se está adotando partes ou o plano completo.
Além disso, na segunda-feira, o parlamento de Israel aprovou leis que podem impedir a agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA), a maior provedora de ajuda em Gaza, de operar nos territórios palestinos. A aprovação é parte de uma campanha de longo prazo contra a UNRWA, que Israel acusa de ter sido infiltrada pelo Hamas — alegação que a agência da ONU nega.