O assessor internacional da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou nesta terça-feira que a suspensão do Brasil na compra de produtos militares da empresa israelense Elbit Systems está relacionada a divergências com Israel e ao julgamento do país por genocídio de civis na Faixa de Gaza pelo Tribunal Internacional de Justiça. O contrato, com valor estimado em até R$ 1 bilhão, incluía a compra de 36 blindados obuseiros de 155mm.
Em audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, Amorim relembrou que o ex-embaixador brasileiro em Israel, Frederico Meyer, foi conduzido ao Museu do Holocausto, em Jerusalém, em um ato que considerou uma represália à comparação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre o extermínio de palestinos e o Holocausto. Desde então, Israel declarou Lula como persona non grata.
“Não expulsamos o embaixador de Israel do Brasil; ele ainda está aqui”, afirmou Amorim, reforçando que, em sua opinião, o momento não é adequado para cooperação militar com Israel.
Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados