Por Marco Aurélio Carone

A barragem da Mina de Serra Azul (Córrego Fundo), operada pela ArcelorMittal, atingiu o nível 3 de emergência, o de ameaça mais crítica, está sob risco iminente de rompimento, colocando em risco o reservatório Rio Manso pertencente a Copasa, principal reservatório de água da região metropolitana de BH, responsável por cerca de 35% do que é captado e distribuído a 6 milhões de pessoas.

O Plano de Ação de Emergência, PAE foi ativado, evacuando a área e restringindo o acesso à ZAS Zona de Auto Salvamento, área por onde os rejeitos passariam em caso de rompimento. Ela é tão crítica que não haveria tempo para uma evacuação coordenada pelos órgãos de defesa civil, restando a cada pessoa salvar a si própria.

A questão relativa à instabilidade desta barragem é antiga, em 2019 centenas de famílias foram atingidas pelo deslocamento compulsório e pelos efeitos do plano de emergência acionado. Em 2021, Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) celebraram com a mineradora ArcelorMittal, novo acordo, denominado Termo de Acordo Complementar, estabelecendo todos os parâmetros para a reparação integral dos danos morais e materiais causados às centenas de famílias atingidas pelo deslocamento.

A ArcelorMittal informou que medidas estão sendo adotadas para garantir a segurança do Sistema Rio Manso e da BR-381. “A empresa está construindo uma Estrutura de Contenção a Jusante (ECJ), que conterá os rejeitos na hipótese de rompimento da barragem. Adicionalmente, planos de ações específicos para o período de construção foram acordados junto à COPASA e ARTERIS prevendo, dentre outras medidas, a instalação de cortinas de retenção de sedimentos no reservatório, estudos de viabilidade técnica e temporal de captação alternativa emergencial e definição de rotas alternativas para o tráfego na região”.

A ArcelorMittal, informa ainda; “em nada mudou as condições de segurança da barragem. Desde 2019, a empresa optou por adotar, preventivamente, medidas de segurança superiores às exigidas pela legislação, incluindo a realocação da comunidade”. E que, “boa parte desses serviços é feita de maneira automatizada e à distância”.

A Semad informou, ainda, que a ArcelorMittal não reportou “nenhuma alteração no estado de conservação da barragem. A comunidade já havia sido evacuada da Zona de Auto Salvamento (ZAS) em 2019”.


1 Comentário

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    Renata Guedes, março 16, 2022 07:48 @ 07:48

    E mais uma vez quem vai sofrer é a população!

    Brasil meu Brasil Brasileiro!!!

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