As obras do metrô de Belo Horizonte, que custarão 3,2 bilhões de reais – 2,8 bilhões financiados pelo Governo Lula e outros 400 milhões pelo Governo Zema –, enfrentam críticas dos moradores sobre a falta de diálogo. Em resposta, o Metrô BH e o Governo de Minas se comprometeram a apresentar um cronograma preliminar sobre o andamento das obras em uma reunião aberta ao público, que ocorrerá em 45 dias. A exigência dos atingidos é dar mais transparência ao processo, como destaca a líder comunitária Poliane Cristina: “A gente quer uma reunião, a gente quer que a população e que os moradores que serão afetados possam participar, possam ser ouvidos. O sentimento é de desespero, de revolta. A gente que vai ser afetado, somos os últimos a ser informados”.

O Governo de Minas informa que cerca de 300 famílias podem ser impactadas pela construção da linha 2, que levará o metrô de BH à região do Barreiro. Contudo, esse número é preliminar e pode sofrer alterações. Pedro Calixto, secretário-adjunto de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias do Governo de Minas, afirma que ainda não é possível determinar quantas famílias serão indenizadas, reassentadas e desapropriadas. “O Metrô BH vai apresentar esses números em 45 dias. É a forma mais segura, sem criar expectativa e sem assumir compromissos que não são possíveis de se firmar agora”, explica Calixto.

Apesar das promessas de transparência, a deputada estadual Bella Gonçalves (PSOL) critica o cenário de desinformação e incertezas. “Eu acho que foi um equívoco e uma violação do direito das famílias a selagem das casas ter sido feita antes do licenciamento ambiental”. Para ela, as famílias deveriam ser informadas somente após o licenciamento ambiental, “sabendo que essa obra vai acontecer, para não gerar com tanta antecedência esse grau de incerteza e paralisação da vida das pessoas”.

O Metrô BH, em contato com os moradores, afirmou que irá conduzir o processo de desapropriação respeitando a dignidade dos moradores e garante que todas as datas previstas no contrato serão respeitadas. Entretanto, a concessionária que administra o sistema de transporte sobre trilhos em Belo Horizonte informou que as desapropriações provocadas pela ampliação do metrô não devem começar em 2024, conforme estimativa dada após o questionamento de moradores preocupados com a falta de informações sobre o futuro das obras.


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