O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) assinaram, nesta quarta-feira (27), um protocolo de intenções para apoiar o programa Acredita no Primeiro Passo. A assinatura ocorreu durante reunião entre o ministro Wellington Dias e o presidente do BID, Ilan Goldfajn, em Santiago, no Chile.

O objetivo do acordo é identificar projetos que acelerem a inclusão social e que demandem apoio técnico e financeiro para serem implementados. A parceria também busca ampliar a qualificação profissional voltada à empregabilidade e ao empreendedorismo, com foco nas famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), facilitando a inserção no mercado de trabalho formal.

Durante o encontro, Wellington Dias agradeceu o apoio do BID e destacou que o programa Acredita promove a inclusão produtiva de famílias de baixa renda por meio de capacitação e acesso ao crédito. “O Acredita no Primeiro Passo é fundamental na luta contra a fome e a pobreza, pois oferece às famílias a chance de alcançar autonomia financeira e superar a insegurança alimentar”, afirmou.

Desde sua criação, o programa Acredita já mobilizou mais de R$ 2 bilhões em crédito, distribuídos em mais de 150 mil operações. Especificamente na linha do Primeiro Passo, R$ 726 milhões foram disponibilizados, beneficiando 87 mil pessoas em todo o país.

O ministro destacou que a experiência com o Banco do Nordeste tem sido bem-sucedida. “Dos 155 mil contratos, tivemos inadimplência em apenas 20. Estamos superando o medo de assinar carteira e dando oportunidade real de trabalho digno”, afirmou. Ele também pontuou que o modelo brasileiro pode servir de referência para outros países interessados em combater a pobreza com políticas inclusivas.

Os resultados refletem nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged): em 2024, mais de 98% dos empregos gerados foram ocupados por pessoas do CadÚnico, e 75% das vagas ficaram com beneficiários do Bolsa Família.

Presente na reunião, o secretário de Inclusão Socioeconômica do MDS, Luiz Carlos Everton, sugeriu a contribuição do BID na formação de profissionais e no apoio à estruturação de pequenos negócios. O objetivo é fortalecer a sustentabilidade das iniciativas empreendedoras de quem participa do programa.

Outro tema debatido no encontro foi o BID Cuida, programa que será lançado oficialmente nesta quinta-feira (28), durante a 65ª Reunião Anual do Conselho de Governadores do BID. A proposta dialoga com a Política Nacional de Cuidados, sancionada no Brasil neste ano.

Laís Abramo, secretária Nacional de Cuidados e Família, afirmou que a parceria com o BID foi essencial para a construção do Plano Nacional de Cuidados. “Agora, a cooperação se estende à territorialização do plano, apoiando sua implantação nos estados e municípios”, explicou.

A reunião também abordou o engajamento do BID na Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, presidida por Wellington Dias. Em 2024, o banco se comprometeu a aportar US$ 25 bilhões em crédito e US$ 200 milhões em assistência técnica aos programas da Aliança, como parte das metas dos Sprints 2030.

“Num momento em que a ajuda internacional ao desenvolvimento enfrenta retração, a Aliança Global mostra-se ainda mais essencial, pois busca consolidar e tornar mais eficaz o apoio internacional”, declarou Wellington Dias.

A Aliança tem como missão acelerar os esforços globais para erradicar a fome e a pobreza, promovendo políticas públicas inclusivas, sustentáveis e voltadas à redução das desigualdades.

Foto: Roberta Aline – MDS


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