O pré-candidato à presidência da República Ciro Gomes (PDT) concedeu entrevista, nesta sexta-feira (11/02), ao programa Café com Política, da Rádio Super 91,7 FM. Durante a entrevista, o ex-governador e ex-senador do Ceará afirmou que o ex-presidente Lula (PT) entope o debate como se fosse o grande líder da esquerda.

Ao ser questionado sobre a movimentação de Luiz Inácio Lula da Silva em direção ao centro, Ciro responde que, apesar de interditar o espectro ideológico, Lula ainda faz uma política “absolutamente de direita”.

“Veja o sistema tributário, por exemplo. Quando Itamar Franco era o presidente da República e eu ministro da Fazenda – ajudei a fazer o real, estou aqui apresentando o meu curriculum -, o Brasil tinha 4% de desemprego. O Lula chegou a pedir o impeachment do Collor e agora está sabotando os esforços que nós fizemos para o impeachment do Bolsonaro. O Lula virou isso”, critica o pré-candidato.

Conforme Ciro, o ex-presidente se aproveita de uma memória afetiva “razoável” do povo dos anos à frente do Palácio do Planalto. “Mas passa uma esponja para todo mundo esquecer que os conchavos dele nos trouxe a Dilma, essa que Minas Gerais deu o quarto lugar para o Senado nas eleições de 2018. O Lula impôs a Dilma e ela derrubou a economia em 7%. O desemprego foi para 12% ali, não foi agora. A taxa de juros chegou a 10,75%”, aponta.

O pré-candidato à presidência da República em 2022 conclui que “o Lula lá de trás era uma coisa, hoje é outra”. “O que está se montando? É uma política de centro, é um grande entendimento para reformar o país? Então, me chama que eu vou”, ironiza.

Em busca de um palanque em Minas Gerais para o presidenciável do PDT, Ciro Gomes, a construção de uma aliança com o prefeito Alexandre Kalil (PSD), possível candidato ao Palácio Tiradentes, é encarada por pedetistas como plano prioritário, apesar da existência de outras possibilidades.

Reunião com Kalil

Na busca por essa aproximação, Ciro Gomes se reunirá, nesta sexta-feira (11), na sede da Prefeitura de Belo Horizonte, com o prefeito Alexandre Kalil. A reunião, conforme explicou o presidente estadual do PDT, deputado federal Mário Heringer, “trata-se de uma visita de cortesia e a expectativa é de pelo menos uma atualização de posições que interesse a todos, tanto ao prefeito Kalil quanto ao nosso candidato Ciro Gomes.”

“É uma visita de relações pessoais e partidárias. O PDT busca um bom espaço, uma boa chapa, um bom palanque para o Ciro Gomes poder ocupar nas eleições de outubro”, afirmou o dirigente partidário.

Heringer explica que o partido encara essa possibilidade de aliança com preferência, porque os dois políticos já possuem boa relação e o PDT em Minas possui já vínculo firmado com o prefeito.

“O que a gente chama de preferencial é porque a gente já tem um vínculo que persiste e poderá persistir. Não tenha dúvida nenhuma que é um plano preferencial até pelos vínculos anteriores”, pontuou o pedetista lembrando das alianças firmadas entre Ciro e Kalil nas eleições de 2018 e 2020. O PDT, inclusive, faz parte da base de apoio ao prefeito na Câmara Municipal.

Apesar das pretensões, Mário Heringer garante que o PDT não busca atravessar o nome do presidente do Senado Rodrigo Pacheco, que é apontado pelo PSD como pré-candidato da legenda à presidência da República.

“É importante lembrar que palanques podem ser feitos de forma divididas e com o Rodrigo Pacheco a gente não teria problema nenhum de fazer um palanque compartilhado, com nosso candidato ao Senado”, afirmou.

Fonte: Rádio Super FM