Por Geraldo Elísio (Repórter)

Óbvio, a democracia dispõe de espaço para todos os cidadãos, porém é inegável, alguns se arvoram, talvez em função de suas contas bancárias mais polpudas, em se julgar com maiores direitos do que os demais, se esquecendo que a razão maior desta empáfia terminas exatamente quando todas as homenagens com justas causas a eles se aglomeram nas devidas cerimônias de finados.

Se eu estiver errado em minha premissa, espaço aberto para qualquer contestação a ser publicada no mesmo espaço, com o mesmo corpo de texto – e foto se for o caso. Afinal ninguém deve se esquecer de uma frase que alguns mais imprudentes gostariam que nunca tivesse sido pronunciada:

Memento, homo, quia pulvis est in pulverem reverteris, com o singelo significado de “Lembra-te, homem, que és pó e em pó te tornarás”. Palavras pronunciadas pelo sacerdote enquanto impõe cinza na cabeça de cada fiel, na quarta-feira de cinzas. Não conheço nenhuma contestação, mas se existir publicarei também.

Na verdade me refiro à arrogância que de tempos para cá parece tomar conta de alguns quadros da FIEMG, julgando-se superiores à própria superioridade no que diz respeito à administração pública. É lógico eu não estar abarcando a instituição .Para não ser incoerente reafirmo que os interessados públicos todos têm o direito e dever de participar.

Contudo, sempre lembrando que a democracia implica em respeito à vontade da maioria. No caso, uma maioria que rejeita explorações minerárias na área da Serra do Curral. O senhor Flávio Roscoe hoje aparece vociferando nas páginas de alguns meios de comunicação de massa contra os que protestam a favor de não mais se desgastar o monumento, já por demais sofrido, que é símbolo de Belo Horizonte.

Não se trata de tumulto ambiental senhor presidente, sim de uma realidade adversa que a todos assombra há muitos anos, do ponto de vista econômico a fazer que a cada dia que passa nos tornemos mais miseráveis em função exatamente de nossas riquezas cobiçadas por muitos olhos de além mar.

Sei que o senhor é um homem íntegro, mas as cascas de banana não dão atenção a detalhes desta natureza. Converse com os seus assessores de confiança – inclusive os da área de imprensa – e verá que eu, na minha simples condição de veterano repórter tenho o meu quê de razão. Aposto, o número dos que estão ao meu lado superam os que pensam como o senhor.

Nada quero, não sou candidato a nada e somente desejo como poeta que sou ver a lua e as estrelas pairando por cima dessas fisiográficas construídas por Deus – e já tão danificadas por outros. E escrever outros poemas em louvor a vida. Que necessita de mão de obra produtivas.

Afinal já dizia a Galinha Ruiva que quem não trabalha não come. Posso ser tudo, menos um soldado da fome como também o senhor não o é. Nunca conversamos, mas aposto não ser o seu desejo ser artista plástico de crateras lunares distantes de nosso satélite a embalar noites amenas de serestas.