O desemprego nacional recuou para 6,4% no trimestre encerrado em setembro, representando a menor taxa para este período e a segunda menor de toda a série histórica do IBGE, que teve início em 2012. Os dados, divulgados nesta quinta-feira pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE, indicam um novo recorde de ocupação, com o país registrando 103 milhões de pessoas empregadas.

O setor privado também atingiu um número inédito, com 53,3 milhões de trabalhadores, refletindo uma alta de 2,2% no trimestre. Esse crescimento foi impulsionado pela indústria e pelo comércio, que juntos abriram mais de 700 mil postos de trabalho no período. A taxa anterior, referente ao trimestre encerrado em junho, era de 6,9%, o que destaca o impacto da recente expansão do mercado de trabalho.

Como reflexo desse movimento, o número de pessoas desempregadas recuou para 7 milhões em setembro. Para o IBGE, é considerado desempregado quem está em busca de emprego. Esse número representa o menor índice desde janeiro de 2015, com uma redução de 7,2% em relação ao segundo trimestre de 2024 e uma queda de 15,8% frente ao mesmo período do ano passado.

Adriana Beringuy, gerente da pesquisa do IBGE, aponta que o aumento do emprego acompanha a expansão das atividades econômicas e o fortalecimento do consumo das famílias, gerando maior demanda por trabalhadores em diversos setores. O estudo também indicou um crescimento do rendimento médio real dos trabalhadores, refletindo um mercado de trabalho que se recupera em termos de número de vagas e de poder de compra dos brasileiros.

Na análise dos setores, indústria e comércio tiveram destaque. A indústria gerou, em sua maioria, empregos com carteira assinada, com um aumento de 416 mil postos de trabalho, ou 3,2%, em relação ao trimestre anterior. No comércio, embora o emprego formal também tenha crescido, a maior parte das novas contratações foi sem carteira assinada. Com um incremento de 1,5% no trimestre, o setor comercial alcançou o recorde de 19,6 milhões de ocupados.

O setor privado, em geral, apresentou uma elevação de 1,5% no número de trabalhadores formais e de 3,9% no contingente sem carteira assinada. O total de empregados formais chegou a 39 milhões de pessoas, o maior nível da série histórica, enquanto o emprego informal atingiu 14,3 milhões de trabalhadores.

Além disso, o setor público nacional registrou o maior número de trabalhadores já observado, com 12,8 milhões de ocupados. Embora o total tenha permanecido estável no trimestre, o crescimento anual foi de 4,6%, o que representa 568 mil novas contratações em relação ao ano passado.

O aumento do emprego também impactou positivamente a renda. O rendimento médio real foi de R$ 3.227 no trimestre encerrado em setembro, estável em relação ao período anterior, mas 3,7% superior ao mesmo período de 2023. Essa melhoria contribuiu para um aumento na massa de rendimento, que alcançou R$ 327,7 bilhões, 7,2% a mais na comparação anual.

Adriana Beringuy observa que será necessário acompanhar os próximos meses para ver se a estabilidade atual nos rendimentos sinaliza uma reversão de tendência. “Por ora, o rendimento está estável, mas o crescimento observado no ano ainda mantém a tendência positiva”, afirma.

A Pnad Contínua, que inclui dados mensais e informações trimestrais sobre o mercado de trabalho, abrange tanto trabalhadores formais quanto informais. Em contraste, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que é divulgado pelo Ministério do Trabalho, coleta informações exclusivamente sobre empregos formais, com base nos registros das empresas. O Caged mais recente, publicado na quarta-feira, indicou que o Brasil criou 248 mil vagas formais de trabalho em setembro, superando as expectativas do mercado.

 

Foto: Divulgação

 


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