A Paixão de Cristo é um dos momentos mais emocionantes da Semana Santa. Católicos de todo o mundo revivem os últimos momentos da vida de Jesus, o sofrimento em seu calvário até o sacrifício final da crucificação.
Para tornar esta experiência mais próxima dos fiéis, grupos de atores encenam os principais episódios descritos nos evangelhos dos apóstolos que acompanharam Jesus, desde a Última Ceia até a morte na cruz.
Nesta sexta-feira (15), o flagelo de Cristo será relembrado em apresentações que começam às 13h30, no Eldorado, em Contagem, depois na Igreja de Lourdes, em BH, e só terminam às 20h, em um dos mais icônicos cartões postais da capital, a Igrejinha da Pampulha (Santuário Arquidiocesano São Francisco de Assis).
Luciano de Lima, que é ator, produtor e diretor de teatro, diz que desde 1999 apresenta a Paixão de Cristo, quando ainda participava de um grupo de jovens da Paróquia de Santa Clara, no Barreiro, em BH.
“Comecei a carreira dentro da igreja e desde que recebi esse chamado a Paixão de Cristo mudou a minha vida. Esse trabalho renova a gente, independentemente do credo religioso”, conta o diretor.
O grupo Nova Arte Jovem, que há 22 anos faz as apresentações, hoje conta com 55 participantes e um acervo invejável com mais de 5 mil peças de figurino e adereços, como lanchas, tochas e espadas.
Os grandes painéis do cenário vão ficar guardados neste ano, porque tudo será dentro de igrejas que não comportam o tamanho. A companhia já passou por 26 paróquias. E neste ano, pela primeira vez, vai se apresentar em uma igreja evangélica.
Para participar das encenações, membros da comunidade fazem oficinas e ensaios. Todos os anos, Luciano conta com atores do cenário teatral de BH, que se apresentam na Campanha de Popularização do Teatro. E sempre convida artistas conhecidos para os papéis principais.
Neste ano, a atriz global Mariana Mendonça, que interpretou uma prostituta na novela “O Outro Lado do Paraíso”, será Maria. O papel de Herodes fica a cargo do ator Alan Ferreira, que fez várias novelas do SBT. Tom Jesus será o Cristo.
O enredo começa com as bem-aventuranças, mostra os milagres de Jesus, a Última Ceia, a conspiração e o julgamento. E tem algumas curiosidades que despertam a atenção do público, como dança do ventre, pirofagia (que é a arte de cuspir fogo), além de música ao vivo, com violino e harpa.
Nos últimos dois anos, por causa da pandemia, as apresentações presenciais foram suspensas e retomadas no último dia 3, indo até o domingo de Páscoa (17). “Fiz uma promessa de sempre manter as apresentações. É um trabalho importante que restaura a minha vida e me faz acreditar mais ainda. Fico muito realizado por poder levar esta mensagem para as pessoas”, conta o diretor.
E para quem não conseguir assistir à apresentação, dá para conferir o trabalho da equipe que gravou uma videopeça exibida na pandemia.