Os pré-candidatos mais bem colocados na corrida presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), travam acirrada luta nas redes sociais pelo aumento de engajamento.

Desde a semana passada, quando a cantora Anitta declarou publicamente o apoio ao petista e abriu um diálogo direto com ele, as interações nas redes do petista apresentaram um forte avanço. De acordo com levantamento do Observatório das Eleições, da Vert.se Inteligência Digital, houve um crescimento de 66% no engajamento, com 4,85 milhões de interações no Twitter.

Enquanto isso, o impulsionamento da campanha de Bolsonaro se manteve em alta, com 68% de engajamento, segundo a mesma pesquisa. Mas, diferentemente de Lula, a escolha de temas tem se fixado em acenos às mulheres e jovens — eleitores que mais rejeitam o presidente.

O monitoramento mostrou que os temas de maior interação foi a ligação de Bolsonaro para dois irmãos do dirigente petista Marcelo Arruda, assassinado em Foz do Iguaçu (PR) pelo agente penitenciário federal Jorge Guaranho. Também causou grande engajamento nas redes bolsonaristas a afirmação do presidente de que o médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, que estuprou uma parturiente enquanto ela dava à luz, deveria “apodrecer na cadeia” — cada assunto rendeu 4,22 milhões e 1,8 milhões de interações, respectivamente.

Ainda que Bolsonaro tenha o apoio de artistas de renome, principalmente no meio sertanejo, ele não quer se alinhar a influenciadores ou artistas. De acordo com interlocutores da campanha, até o momento a ordem é para manter assim, mesmo que isso cause choque de opiniões entre o presidente e os dirigentes do PL.

Na campanha, se cogita estreitar o contato entre Bolsonaro e seus apoiadores na classe artística. O entrave para isso tem sido o próprio Bolsonaro, que defende uma aproximação natural — tal como aconteceu entre Anitta e Lula.


Paola Tito