Minas Gerais não atingiu a meta de 95% de cobertura vacinal contra a hepatite no último ano, seguindo o Programa Nacional de Imunizações (PNI), de acordo com o Ministério da Saúde. E, nesta quarta-feira (11) mais dois casos de hepatite aguda em crianças foram confirmados pelo Ministério da Saúde, totalizando 4 até o momento.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG), dois casos estão sendo investigados: um é de uma criança de Ibirité que foi atendida em Belo Horizonte e o outro é de um paciente de Juiz de Fora, na Zona da Mata.

Dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG) mostram que, em 2021, a imunização do público infantil contra a doença do tipo A ficou em 76,42% e a do tipo B em 75,88%.

De origem ainda desconhecida, a nova doença tem preocupado autoridades em saúde, devido ao aumento da frequência de casos e do perfil de gravidade da enfermidade em todo o mundo. As causas das hepatites comumente registradas foram descartadas em todos os pacientes com a hepatite aguda.

Outra preocupação de especialistas é que a doença tem afetado apenas crianças. Pesquisadores avaliam que uma das possibilidades seria o confinamento devido à pandemia causada pelo coronavírus. Uma hipótese é que o isolamento teria afetado o desenvolvimento do sistema imunológico dos pequenos, que ficaram suscetíveis a micro-organismos oportunistas.

A primeira morte infantil relacionada à condição foi registrada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no dia 30 de abril. Há ainda registro de infectados que precisaram de transplante de fígado após contraírem a doença.

Vacinação

De acordo com a SES-MG as vacinas contra as hepatites do tipo A e B são consideradas a medida mais eficaz para reduzir as chances de infecção, evitar casos graves e mortes pela doença.

O imunizante contra o tipo A é gratuito e está disponível pelo SUS, para crianças de 15 meses a 5 anos incompletos, já que faz parte do Calendário Nacional de Vacinação.
A primeira dose da vacina contra o tipo B deve ser aplicada em recém-nascidos, preferencialmente nas primeiras 12 horas de vida, 24 horas, ou na primeira visita no centro de saúde em até 30 dias.

O imunizante também é oferecido pelo SUS para toda a população, independentemente da faixa etária. São necessárias três doses, com intervalos de 30 dias entre a primeira e a segunda dose e 180 dias da primeira para a terceira dose. Uma vez que o esquema vacinal esteja completo, a pessoa está imunizada pelo resto da vida.

Para receber a vacina, basta procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima e levar o cartão de vacinação.Não existe vacina contra a hepatite do tipo C, mas existe tratamento pelo SUS com chance de cura em mais de 95% dos casos, evitando complicações da doença.

Sintomas

De acordo com especialistas é comum que a hepatite aguda comece com diarreia, vômito e dor abdominal, associados ou não a sintomas como prostração, dores no corpo e mal-estar. Em um segundo momento, pode surgir uma coloração amarelada dos olhos, da pele e das mucosas. Esse é um sinal de alarme para procurar por atendimento imediato.

Covid-19

A associação dos agentes causadores da hepatite aguda infantil com o coronavírus está descartada. De acordo com a OMS e a SES-MG não existem dados suficientes para afirmar que há uma relação causal entre os agentes infecciosos da Covid-19.
Além disso, a vinculação dos casos de hepatite com a vacinação contra a Covid-19 também está invalidada, pois a maioria das crianças afetadas não recebeu a vacina contra o SARS-CoV-2.

Prevenção

Apesar da causa da hepatite aguda infantil ainda ser desconhecida, a SES-MG recomenda medidas gerais de higiene e prevenção, como “higienização adequada e frequente das mãos, cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar, consumir água potável e alimentos adequadamente higienizados”.