O ambiente escolar tem lugar inigualável no projeto de formação de cidadãos mais empáticos, justos e conscientes: é no espaço da sala de aula que a criança ou jovem pode ter acesso à realidades exteriores à sua. No contexto demográfico brasileiro, nação formada por mais de 300 povos originários, a Lei 11.645/2008, que coloca como obrigatória a inserção da temática das histórias e culturas indígenas em escolas de ensino fundamental e médio por todo o país, se mostra como uma oportunidade de reverter a matriz colonial da formação pedagógica e dar a entender a realidade indígena brasileira, em sua pluralidade e ancestralidade.
Entretanto, segundo a professora da UFMG e doutora em Antropologia Karenina Andrade, “embora quase duas décadas tenham se passado [desde a Lei 11.645/2008], o maior desafio para o cumprimento efetivo dessa medida permanece, que é alcançar uma formação ampla e qualificada de professores”. É diante deste cenário que o Espaço do Conhecimento promove o encontro presencial “Trabalhando com a temática indígena na escola: como evitar preconceitos e estereótipos?”, que integra o projeto “Educação na Praça”, um ciclo de conversas gratuitas voltadas à educadores e demais interessados.
O bate-papo, que acontece no dia 14/12 (sábado), às 14h, busca trabalhar em conjunto com os participantes — alunos de licenciatura, professores da educação básica, educadores de museus — práticas pedagógicas que possam abarcar a complexidade do contexto indígena de forma qualificada e não-estereotipada. Em conjunto com a Prof. Karenina Andrade, pretende-se fomentar estratégias que tenham êxito em voltar os olhares dos discentes aos indígenas do presente, à sofisticação dos seus sistemas de conhecimento e à importância de suas lutas por direitos. Para participar do encontro, é necessário realizar a inscrição prévia por meio de um formulário on-line.
Karenina Andrade
Doutora em Antropologia Social pela Universidade de Brasília e professora do Departamento de Antropologia e Arqueologia da Universidade Federal de Minas Gerais. Desenvolve pesquisa etnográfica com o povo Ye’kwana, na Terra Indígena Yanomami. Atua no programa Saberes Indígenas na Escola no desenvolvimento de livros didáticos para as escolas ye’kwana. Colaborou no desenvolvimento do Dicionário Enciclopédico Multimídia da Língua Ye’kwana, financiado pela UNESCO/Museu do Índio.
Serviço: Educação na Praça – Trabalhando com a temática indígena na escola: como evitar preconceitos e estereótipos?
Quando: 14/12 (sábado), às 14h
Público: Alunos de licenciatura, professores da educação básica, educadores de museus e demais interessados
Número de vagas: Até 40 participantes
Inscrições: https://forms.gle/79Ap62QmJqVegN129
Onde: Espaço do Conhecimento UFMG (Praça da Liberdade, 700 – Funcionários)
Foto divulgação.