Panamá e Estados Unidos divulgaram, nesta terça-feira (8), comunicados oficiais sobre a cooperação bilateral entre os dois países e o possível estabelecimento de pagamentos para a travessia do Canal do Panamá, após reunião entre o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, e o presidente panamenho José Raúl Mulino. No entanto, as versões divulgadas em espanhol e inglês apresentaram uma importante divergência de conteúdo.
Na versão em espanhol do comunicado panamenho, consta que “o Secretário Hegseth reconheceu a liderança e a soberania inalienável do Panamá sobre o Canal do Panamá e suas áreas adjacentes”. A mesma afirmação, porém, foi omitida na versão em inglês, o que gerou questionamentos sobre o grau de reconhecimento norte-americano à soberania panamenha sobre o canal.
Durante a visita, Hegseth também voltou a acusar a China de representar uma ameaça para os Estados Unidos e para a estabilidade na região. Segundo ele, “a China não opera este canal e não o transformará em arma”. O secretário americano alegou ainda que empresas chinesas estariam controlando parte da infraestrutura crítica do canal e realizando ações de vigilância em território panamenho.
Em resposta, a embaixada da China no Panamá rebateu as acusações, acusando os Estados Unidos de praticarem “chantagens” e agirem por interesses geopolíticos. “Quem representa a verdadeira ameaça ao canal? O povo saberá julgar”, declarou a representação diplomática chinesa em nota oficial.
Foto: Handout / Panama’s Presidentcy Press Office