Os áudios do general de brigada Mário Fernandes, obtidos pela Polícia Federal durante a Operação Tempus Veritatis, expõem seu envolvimento em planos para um golpe de Estado durante o governo de Jair Bolsonaro. Preso no último dia 19, o ex-secretário-executivo da Presidência aparece tramando estratégias que visavam uma ruptura democrática. As gravações revelam não apenas o descontentamento do general com os resultados eleitorais, mas também sua tentativa de mobilizar outros militares, utilizando palavrões, piadas e referências ao golpe de 1964.

Os áudios, divulgados inicialmente pelo repórter Maurício Ferraz no programa “Fantástico”, da Rede Globo, e obtidos também pelo “Novojornal”, mostram o general evocando o “clamor popular” como justificativa para o golpe. Essa narrativa conecta as investigações da Tempus Veritatis aos atos golpistas de 8 de janeiro. Segundo as gravações, Mário Fernandes via o apoio popular como a única forma de legitimar a permanência de Bolsonaro no poder, à semelhança do golpe militar que instaurou a ditadura em 1964.

Entre os planos elaborados pelo general, destaca-se o chamado “Punhal Verde e Amarelo”, que incluía o envenenamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a eliminação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, por meio de uma bomba. Durante a operação, a Polícia Federal encontrou com o militar a minuta de um gabinete de crise que seria comandado por militares após a concretização do golpe.

A investigação também revelou a tentativa de assassinar figuras-chave do governo Lula, como o vice-presidente Geraldo Alckmin. As ações de Mário Fernandes, agora detido, reforçam a gravidade das ameaças contra a democracia brasileira.

Ouça a seguir algumas das principais falas de Mário Fernandes em sua tentativa para viabilizar o golpe de Estado investigado pela Polícia Federal.

 

Foto: Eduardo Menezes