Explosões perto do Supremo Tribunal Federal repercutem na imprensa internacional, especialmente pela proximidade da cúpula do G20 no Brasil. Francisco Wanderley Luiz, responsável pelo atentado e proprietário do carro com explosivos, foi identificado pelo governo do Distrito Federal. Ele tentou acessar o STF com bombas e chegou a entrar na Câmara dos Deputados antes da explosão, divulgando previamente suas intenções em redes sociais com críticas ao STF, ao presidente Lula e aos líderes do Legislativo. Ex-candidato a vereador pelo PL em 2020 e propagador de teorias conspiratórias anticomunistas, Francisco encontrou a morte em meio ao ato.
No momento do incidente, o STF já havia encerrado suas atividades, e os servidores foram retirados em segurança. As sessões da Câmara e do Senado foram interrompidas, e o presidente Lula não estava no Palácio do Planalto. A Polícia Federal iniciou uma investigação, com possível envio ao ministro Alexandre de Moraes, relator dos atos antidemocráticos de janeiro de 2023.
O jornal americano “The New York Times” relatou que “Explosões na capital do Brasil deixam pelo menos um morto” e destacou que “muitos brasileiros de direita veem o Supremo Tribunal Federal como uma ameaça à democracia, argumentando que está perseguindo vozes conservadoras”. A proximidade da cúpula do G20, que acontecerá no dia 18 de novembro no Rio de Janeiro (RJ), e a presença de líderes mundiais, incluindo Joe Biden, também foram mencionadas na reportagem.
O jornal francês “Le Monde” afirmou que as explosões na Praça dos Três Poderes “levantam temores de um ataque contra as instituições” e destacou que o autor da ação era apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro. A reportagem também citou a iminência da cúpula do G20 no Brasil.
No Reino Unido, o jornal “The Guardian” ressaltou em seu título a proximidade do atentado à cúpula do G20 no Brasil, afirmando que o caso “levanta preocupações de segurança antes da reunião de líderes globais”.
A reportagem do jornal espanhol “El País” relatou que as “duas explosões com um morto” colocaram o “coração político do Brasil em alerta máximo” e destacou que a Polícia Federal qualifica o incidente como “autoextermínio”. Além de abordar a proximidade da cúpula do G20, a reportagem relembrou o ataque de 8 de janeiro: “Imagens da Praça dos Três Poderes rodaram o mundo quando uma multidão de seguidores do ex-presidente Bolsonaro invadiu à força as sedes do Poder Executivo, Legislativo e Judiciário. Mais de 200 extremistas que participaram do ataque foram julgados e condenados a longas penas por tentativa de golpe de Estado, entre outros crimes”, noticiou.
O veículo argentino “La Nación” destacou a “forte operação” após as explosões na Praça dos Três Poderes, que deixaram um morto. Os ataques de 8 de janeiro e a proximidade do incidente com o G20 também foram mencionados na cobertura.
A rede “Al Jazeera”, do Catar, noticiou que uma pessoa morreu após duas explosões perto do STF. A reportagem também destacou que o incidente aconteceu dias antes da conferência internacional do G20 e relembrou que “A Praça dos Três Poderes também foi alvo de violência política em anos recentes”, mencionando os ataques de 8 de janeiro. “O próprio Supremo Tribunal Federal tem sido alvo de reações desde que abriu uma investigação sobre Bolsonaro e seus aliados por seu papel no motim de 2023.”
O jornal alemão “Deutsche Welle” noticiou as explosões do lado de fora do Supremo Tribunal Federal e afirmou que “um homem se matou com uma bomba” após tentar entrar no prédio. A reportagem ainda ressaltou que o “Supremo Tribunal Federal se tornou alvo de ameaças de grupos de extrema direita e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro devido aos seus esforços para coibir a disseminação de desinformação.”
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado