O governo federal sofreu nesta segunda feira (18) uma derrota no Senado durante a votação do projeto que visa aumentar a rastreabilidade das emendas parlamentares. A votação foi marcada pela quebra de alinhamento da base governista, com partidos como PSD e União Brasil desempenhando um papel decisivo no resultado.
Entre os 15 senadores do PSD, partido do líder interino do governo no Senado, Otto Alencar (BA), sete votaram pela exclusão do termo “bloqueio” no texto. Essa mudança limita a possibilidade de o governo ampliar cortes em verbas destinadas às emendas parlamentares.
Já o União Brasil, que costuma dividir votos entre oposição e governo, teve todos os seus senadores presentes votando a favor da exclusão do bloqueio. O posicionamento unificado da legenda contribuiu significativamente para a derrota governista.
Por outro lado, o PT manteve sua fidelidade ao governo, com seus sete senadores votando pela manutenção do bloqueio. No entanto, a falta de mobilização de outras siglas da base foi evidente. O MDB, por exemplo, teve a maioria de seus parlamentares ausente ou em abstenção. Dos presentes, Alessandro Vieira (SE) votou pela retirada do termo “bloqueio”, enquanto Giordano (SP) votou pela sua manutenção.
A oposição, composta majoritariamente por PL, PP e Republicanos, apresentou uma postura unificada. Todos os senadores dessas legendas votaram pela exclusão do bloqueio, ampliando o impacto negativo para o governo.
O resultado expõe fragilidades na articulação da base governista no Senado, especialmente em temas sensíveis como a gestão de recursos parlamentares. A ausência de uma mobilização eficaz entre partidos aliados foi determinante para o desfecho, além do fortalecimento da oposição em um cenário de crescente polarização.
Essa votação revela os desafios enfrentados pelo governo para manter sua base coesa em discussões cruciais e levanta questionamentos sobre o futuro de projetos que dependem de ampla negociação no Congresso.
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado