Há mais de oito anos, o rompimento da barragem do Córrego do Fundão, em Mariana-MG, se transformou numa ferida aberta, que traz dores diárias a milhares de pessoas, especialmente, na comunidade indígena Krenak.
No dia 5 de novembro de 2015, em Mariana/MG, os Krenak realizaram um ritual funerário para homenagear o Rio Doce, “morto” em consequência da falta de responsabilidade social e ambiental das empresas Samarco, Vale e BHP Billiton.
Diante desse cenário desolador foi que a indígena Wakrewa Krenak lançou o documentário “Lágrimas do Uatú”. A obra aborda a bela e profunda conexão espiritual dos Krenak com o Rio Doce e mostra como suas tradições e cultura foram devastadas após a tragédia de 2015.
Wakrewa lamenta a privação das gerações mais jovens da oportunidade de aprender a nadar, a pescar e a conectar-se espiritualmente com o Grande Uatú. Ela destaca a dependência histórica dos indígenas do Rio Doce para alimentação, materiais de artesanato e recursos naturais, elementos fundamentais para a cultura Krenak.
Chamã Krenak e Uarrá Krenak, representantes da aldeia, denunciam a perda irreparável do Rio Doce, que era uma fonte vital para a subsistência e tradições do povo. Segundo eles, a lama tóxica envenenou não apenas a água, mas também a cultura, desorganizando o modo de vida dos Krenak.
Este documentário não é apenas um registro visual, mas um apelo urgente à consciência coletiva sobre a necessidade de justiça e reparação integral. A mensagem do documentário é clara: a destruição do Rio Doce não apenas representa um crime ambiental, mas também uma imensa perda cultural e espiritual para o povo Krenak. Assista ao documentário “Lágrimas do Uatú” e junte-se à luta por justiça, reparação integral e preservação da cultura dos Krenak.