Sem maioria na CPI do MST, a oposição tenta uma reviravolta para aprovar o relatório de Ricardo Salles (PL-SP), mas complicam a situação as negociações da reforma ministerial, a atuação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o “abandono” da cúpula da Frente Parlamentar do Agronegócio.
O que aconteceu
A oposição ao governo Lula (PT) tem os postos mais altos na CPI que investiga o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), ocupando presidência e relatoria. Mas isso de nada adianta se não conseguem fazer passar requerimentos nem aprovar o relatório final.
Os partidos do centrão substituíram integrantes mais alinhados ao bolsonarismo por nomes “pragmáticos” na reta final das apurações.
A CPI do MST começou em 18 de maio. A duração inicial, de 120 dias, termina em 14 de setembro. Caso seja prorrogada, a comissão pode atuar por mais 60 dias.
Na terça (22), a cúpula da CPI fez um novo apelo a Lira para tentar dar mais fôlego à investigação. Os parlamentares pediram que o presidente da Câmara convencesse os líderes dessas siglas a indicar opositores e assim conseguir mais aliados no colegiado.
Segundo relatos ouvidos pela reportagem, Lira não se comprometeu a reverter o número de cadeiras governistas, mas ouviu os desabafos do presidente da CPI, o deputado Zucco (Republicanos-RS).
Em sua intervenção, o presidente da Câmara pediu à cúpula da comissão que não mirasse no ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT-BA), e que os integrantes passassem a “ouvir mais seus líderes” antes de elevarem o tom na comissão.
O pedido se dá em meio às negociações do centrão pela reforma ministerial. Republicanos e PP querem integrar a Esplanada, mas aguardam a decisão do presidente sobre os cargos. Lula está em viagem à África do Sul até a semana que vem.