Um grupo de militares da reserva e apoiadores do general Walter Braga Netto elaborou um manifesto em defesa do ex-ministro, após sua prisão preventiva. No entanto, o documento chamou atenção pela ausência de assinaturas, sendo atribuído genericamente à “Sociedade Brasileira”.

Interlocutores do general afirmaram que os responsáveis pelo texto optaram por não assinar o manifesto temendo retaliações. Intitulado *Manifesto em Defesa do General Braga Netto: Desmistificando Acusações e Reafirmando Compromissos*, o documento questiona as provas apresentadas pela Polícia Federal (PF) e pela Procuradoria-Geral da República (PGR) que embasaram a prisão. Segundo o texto, a medida teria sido decretada com base em “narrativas e suposições”, desconsiderando, supostamente, o direito pleno de defesa do acusado.

Braga Netto foi preso preventivamente em dezembro do ano passado, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão, respaldada pela PGR, sustentou que a prisão visava assegurar a ordem pública, evitar a continuidade de esquemas criminosos e impedir interferências nas investigações.

O general é acusado de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado e de obstrução de Justiça. De acordo com a PF e a PGR, Braga Netto teria tentado acessar informações sigilosas da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República. A investigação aponta o general como uma figura central nos fatos apurados, com atuação em liderança, organização e financiamento.

Na decisão judicial, Moraes destacou que as provas e depoimentos coletados apontam para o papel relevante de Braga Netto na tentativa de embaraçar as investigações em andamento.

A defesa de Braga Netto, por sua vez, rebateu as acusações, classificando a delação de Mauro Cid como mentirosa. Os advogados do general afirmaram que solicitarão uma acareação entre os dois, em busca de esclarecer os fatos.

Fernando Frazão/Agência Brasil


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