Minas Gerais já registrou 31 surtos de conjuntivite de janeiro a junho de 2022, conforme levantamento da Secretaria de Estado de Saúde (SES), divulgado nesta sexta-feira (22). O cenário se deve ao aumento repentino do número de casos, mas o total de pessoas que ficaram doentes é impreciso, já que a notificação não é compulsória.

De acordo com o levantamento, em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram computados 14 surtos, o aumento é de 121%.

A SES explica que são considerados surtos quando há dois ou mais dados epidemiológicos relacionados, em um determinado período e em ambientes restritos como escolas, creches, quartéis, asilos, presídios e ambientes de trabalho.

Em Belo Horizonte foi registrado um surto de conjuntivite, em março, de acordo a Secretaria Municipal de Saúde. O número de pessoas com a enfermidade não foi informado, mas os critérios de caracterização são iguais aos do Estado, a partir de dois casos relacionados.

Acompanhamento

Por meio de nota, a SES informou que os surtos são monitorados pelas Vigilâncias Epidemiológicas Municipais através das notificações realizadas pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).

Conjuntivite 

A doença ocorre quando a membrana que reveste a parte da frente do globo ocular fica inflamada. Em geral, a infecção ataca os dois olhos e pode durar de uma semana a 15 dias e não costuma deixar sequelas.

Segundo o Ministério da Saúde, entre os sintomas mais comuns estão:

  • olhos vermelhos e lacrimejantes;
  • pálpebras inchadas;
  • sensação de areia ou de ciscos nos olhos;
  • secreção purulenta (conjuntivite bacteriana);
  • secreção esbranquiçada (conjuntivite viral);
  • coceira;
  • fotofobia (dor ao olhar para a luz);
  • visão borrada;
  • pálpebras grudadas quando a pessoa acorda.

O tratamento é determinado seguindo o agente causador da infecção. Para a conjuntivite viral não existem medicamentos específicos. Já o tratamento da conjuntivite bacteriana inclui a indicação de colírios antibióticos, que devem ser prescritos por um médico, pois alguns colírios são altamente contra-indicados, porque podem provocar sérias complicações e agravar o quadro.

Cuidados especiais com a higiene ajudam a controlar o contágio e a evolução da doença. Qualquer que seja o caso, porém, é fundamental lavar os olhos e fazer compressas com água gelada, que deve ser filtrada e fervida, ou com soro fisiológico comprado em farmácias ou distribuído nos postos de saúde.