O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que o Exército israelense continuará ocupando a faixa desmilitarizada das Colinas de Golã, em território sírio, até que uma “nova força eficaz” possa garantir a segurança fronteiriça. A área foi capturada no domingo, após a queda do regime de Bashar al-Assad, evento que Israel considera ter invalidado o Acordo de Separação de Forças de 1974.

A região, de 235 km², estava sob monitoramento da ONU e é considerada parte do território sírio, embora tenha sido anexada por Israel em 1967. A ocupação foi amplamente criticada pela comunidade internacional, mas os Estados Unidos, aliados de Israel, pediram apenas que a medida seja temporária. Netanyahu afirmou que a presença militar visa proteger a segurança de Israel, destacando que não pretende interferir nos assuntos internos da Síria.

A queda de Assad gerou instabilidade na região, com grupos de oposição tomando o controle em Damasco. Desde então, Israel realizou mais de 400 ataques aéreos, destruindo 86% dos sistemas de defesa sírios, para evitar que armamentos caíssem nas mãos de extremistas. No encontro com o conselheiro de segurança dos EUA, Jake Sullivan, Netanyahu reforçou a necessidade de impedir atividades terroristas e apoiar minorias na Síria.

Enquanto isso, esforços para um cessar-fogo na Faixa de Gaza avançam. Segundo o “Wall Street Jornal”, o Hamas, que enfrenta severas perdas militares e estratégicas, propôs concessões, incluindo a libertação de 30 reféns, entre eles cidadãos americanos e pessoas com problemas de saúde. Em troca, Israel interromperia as operações por 60 dias.

O Hamas, enfraquecido pelo isolamento diplomático e a queda de aliados como Assad, também se comprometeria a suspender atividades em áreas estratégicas de Gaza, como a fronteira com o Egito. Mediadores acreditam que o isolamento crescente do Hamas e o cessar-fogo firmado pelo Hezbollah no Líbano pressionaram o grupo a negociar.

Netanyahu ressaltou que a queda de Assad enfraqueceu o chamado “Eixo da Resistência”, formado por Irã, Hezbollah e outros aliados, permitindo a Israel remodelar o equilíbrio de poder na região. Segundo ele, o isolamento do Hamas abre espaço para negociações que podem garantir o retorno dos reféns israelenses e consolidar a segurança nacional.

Foto: Gil Cohen-Magen


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