O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), classificou como “extremamente preocupantes” as suspeitas levantadas pela Polícia Federal contra militares e um policial federal, acusados de tramarem um golpe de Estado que incluía o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes. Pacheco destacou que os envolvidos devem ser julgados “sob o rigor da lei”, rejeitando qualquer possibilidade de anistia.

Em nota divulgada nesta terça-feira (19), Pacheco afirmou: “As suspeitas que pesam sobre militares e um policial federal são graves. Segundo as investigações, o grupo agia contra a democracia de forma ideológica e planejava atentados contra o presidente, o vice e um ministro do Supremo Tribunal Federal”. O senador reforçou que “não há espaço no Brasil para ações que atentam contra o regime democrático, nem para quem planeja tirar a vida de qualquer pessoa”. Ele defendeu que todos os envolvidos sejam devidamente investigados e julgados.

A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (19), a Operação Contragolpe, que resultou na prisão de quatro militares e um policial federal. Eles são acusados de planejar o “Punhal Verde e Amarelo”, um esquema que previa o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes. O plano, encontrado nos arquivos do general reformado Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Presidência no governo Bolsonaro, incluía detalhes de envenenamento e uso de produtos químicos para causar um “colapso orgânico” em Lula, considerando sua saúde vulnerável e idas frequentes a hospitais.

No planejamento, Lula era identificado pelo codinome “Jeca”, enquanto Alckmin era chamado de “Joca”. Segundo a PF, o material apreendido apresentava “características terroristas” e revelava uma ameaça direta à democracia brasileira.

A operação foi mais um desdobramento das investigações relacionadas aos atos golpistas de 8 de janeiro. Pacheco, ao comentar o caso, reforçou o compromisso do país com o Estado Democrático de Direito e a necessidade de apurar todas as responsabilidades envolvidas.

Foto: Pedro França/Agência Senado