O clássico entre Atlético e Cruzeiro acontecerá neste domingo (6), às 18h, no Mineirão. Além da disputa pelo primeiro lugar na tabela do Campeonato Mineiro, há a rivalidade histórica entre os clubes que, frequentemente, se estende para fora dos gramados e se transforma em casos de violência.

Diante de episódios recentes de agressão a atletas, há a preocupação de que isso não se repita em Minas.

O futuro dono do Cruzeiro, Ronaldo, que já confirmou sua presença no clássico, fez um chamado pacífico aos torcedores que vão ao estádio acompanhar a partida entre o Galo e a Raposa.

“Domingo vai estar muito bonito o Mineirão, vai estar cheio, com certeza. Vai ser um grande jogo. Queremos que não tenha nenhum tipo de violência. Não é esse o exemplo que temos que passar. O exemplo que temos que passar é dentro de campo, com muita raça, entrega, dedicação. Fora de campo tem que existir o respeito, educação mesmo”, disse Ronaldo em uma live em seu canal no Twitch.

O Fenômeno destacou, inclusive, a intenção de almoçar com dirigentes do Atlético antes do clássico.

Do lado atleticano, o zagueiro Nathan Silva reforçou o pedido para que a torcida alvinegra não desrespeite os rivais, que estarão em menor número no Mineirão, uma vez que o Galo será o mandante da partida.

“Espero que nossa torcida possa comparecer, fazer uma linda festa e nos empurrar, como tem sido o nosso 12º jogador. Tem sido muito importante nessa nossa trajetória.

Espero que eles possam fazer uma linda festa, sem violência, respeitando a equipe adversária. Espero que seja um clássico de muita paz e muita luz”, afirmou.

Violência em outros estados

A fala do ex-atacante da Raposa e a do jogador do Atlético acontecem em um momento em que o futebol brasileiro tem vivenciado uma sequência de episódios violentos, envolvendo torcidas. Só na última semana, três casos chamaram a atenção no país.

Primeiro, houve o ataque ao ônibus do Bahia, que se dirigia até a Arena Fonte Nova, para partida contra o Sampaio Corrêa, na quinta-feira (24). Torcedores do próprio clube são suspeitos de planejar uma emboscada para a delegação do Tricolor Baiano e arremessar explosivos no ônibus.

O goleiro Danilo Fernandes foi atingido no rosto e precisou ser levado ao hospital, onde recebeu 20 pontos divididos entre orelha, rosto e perna. Ele ainda passará por um procedimento cirúrgico na retina. Além dele, o lateral-esquerdo Matheus Bahia também ficou ferido e não participou do jogo.

No sábado (26), a vítima foi a delegação do Grêmio. A caminho do primeiro Gre-Nal do ano, torcedores do Internacional atingiram o ônibus do Tricolor Gaúcho com uma pedra.

O volante paraguaio Villasanti precisou ser levado para o hospital. Neste dia, os dois times não entraram em campo, e o clássico foi adiado para o dia 9 de março.

Também no último sábado, o Paraná Clube perdeu para o União Beltrão por 3 a 1 e foi rebaixado no Campeonato Paranaense. Insatisfeitos, alguns torcedores paranistas invadiram o campo nos minutos finais e tentaram agredir os jogadores, enquanto diversos objetos eram arremessados no gramado. A tropa de choque da polícia conteve as brigas, mas alguns atletas foram vítimas de socos e chutes.

Sem Galoucura e sem Máfia Azul

O clássico mineiro deste domingo (6) não poderá ter a presença das maiores torcidas organizadas do Atlético e do Cruzeiro. A Galoucura e a Máfia Azul estão banidas de estádios brasileiros, e não é permitido que seus integrantes compareçam aos jogos portando instrumentos, faixas ou quaisquer materiais que se associam a elas.

O motivo da punição destinada à Máfia Azul foi o ataque direcionado a atleticanos dentro de um ônibus, em Belo Horizonte, em novembro do ano passado. A organizada interceptou o coletivo e, ao todo, onze pessoas ficaram feridas. Um jovem de 22 anos precisou ser socorrido e morreu.

Já a Galoucura foi punida após provocar uma briga no Mineirão, na partida entre Brasil e Paraguai, no dia 1 de fevereiro. Ao todo, 21 homens da organizada foram conduzidos a delegacia e quatro irão responder por tentativa de homicídio. Um homem ficou gravemente ferido e precisou ser internado.

Ambas as punições têm duração de seis meses. Sendo assim, a Máfia Azul poderá retornar aos estádios em maio, e a Galoucura em julho de 2022. O banimento das organizadas foi um pedido do Ministério Público à Federação Mineira de Futebol (FMF), que foi responsável por acatar a decisão.