Professores da rede particular de educação de Belo Horizonte e de outras 400 cidades de abrangência da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) vão continuar em greve. A decisão foi tomada nesta segunda-feira (13), quando a paralisação completa uma semana. A categoria reivindica reajuste salarial e manutenção de direitos trabalhistas.

Na próxima quarta-feira (15) está marcada uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT-3), com objetivo alinhar as negociações entre o Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro-MG) e o Sindicato das Escolas Particulares do Estado (Sinepe MG).

De acordo com o Sinpro-MG, na última reunião de negociação, os donos de escolas mantiveram a intenção de “retirar direitos da categoria e precarizar as condições de trabalho dos docentes”. O sindicato disse que eles propuseram, por exemplo, acabar com as bolsas de quem atrasar a mensalidade, aumentar o número de situações que permitem reduzir a carga horária sem ter de indenizar os professores e incluir no acordo uma oportunidade para a escola deixar de pagar horas extras aos docentes.

O Sinepe-MG propõe reajuste salarial de 5% para o Ensino Básico e 4% para o Superior. Por sua vez, os professores pedem que o cálculo seja baseado no índice oficial da inflação no último ano, que foi de 11,73%.

Os docentes também denunciaram uma sobrecarga de trabalho e assédio dos donos de escolas, que teria objetivo de impedir a adesão da categoria à greve. “Os professores e as professoras estão sendo bastante assediados. Vários foram chamados pela direção pra não aderirem à greve, que é um direito constitucional dos trabalhadores. É importante que os professores denunciem essa situação, porque vamos recorrer à Justiça para assegurar o direito dos professores”, ressaltou Thais D’Afonseca, presidente interina do Sinpro-MG.

Em nota, o Sinepe-MG afirmou que tem expectativa de chegar a um acordo com os professores na audiência de conciliação no TRT-3, marcada para quarta (15): “O nosso momento se mostra delicado por causa dos enormes desafios de natureza econômica e pedagógica para a instituição particular minera. Entendemos que as duas comissões de negociação de nossas entidades possuem uma responsabilidade ímpar para, nesse instante, desenvolverem a promoção de um acordo que venha garantir milhares de empregos, bem como a sustentabilidade e a viabilidade das instituições particulares de ensino”.

Segundo o Sinpro-MG, os rumos do movimento grevista serão decididos em nova assembleia da categoria, após a reunião no Tribunal.