Todo o processo burocrático necessário foi concluído: dossiês históricos, geográficos e culturais, associando o queijo ao conceito de terroir, já foram elaborados e enviados pela Secretaria de Turismo de Minas ao Comitê Intergovernamental para Salvaguarda do Patrimônio Imaterial da Unesco. Agora, resta aguardar até dezembro pela resposta final.

Não há dúvidas de que o queijo minas artesanal merece esse reconhecimento. Ele é um dos poucos queijos no mundo classificados como “cru-cru”, ou seja, produzido com leite cru e fermentos naturais oriundos da própria fazenda. Isso significa que os principais protagonistas no sabor e aroma do queijo são as bactérias nativas dos campos e montanhas de Minas Gerais, uma verdadeira expressão do terroir mineiro.

Essa característica torna o queijo minas artesanal um produto genuinamente regional e singular. Cada peça é única: o sabor pode variar de manhã para a tarde, de acordo com as estações do ano, a alimentação das vacas e até o toque caloroso das mãos do produtor. Além disso, deveria ser exaltado como um alimento probiótico, uma raridade em um mercado cada vez mais saturado por rótulos que nos fazem sentir culpa por consumir certos produtos.

Os mineiros souberam preservar a tradição desse queijo e promover sua candidatura ao título da Unesco. Em viagens estratégicas ao exterior, o queijo foi levado como amostra para conquistar o paladar dos representantes da Unesco, impulsionando o reconhecimento no momento oportuno.

Um ponto crucial para tranquilizar os sanitaristas sempre vigilantes foi a pesquisa que comprova a segurança dos mofos presentes nos queijos mineiros. Além disso, a produção do queijo minas artesanal de casca florida e natural foi regularizada, criando a sigla Qmacfn, que, apesar de soar como nome de vírus, atende aos rigores fiscais. Embora o termo não ajude nas vendas, ele garante a regularização necessária.

Independentemente da nomenclatura técnica, a expectativa é que, em breve, o queijo minas artesanal seja oficialmente consagrado como o primeiro alimento brasileiro a receber o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco. Após superar todos os obstáculos, será emocionante ver esse ícone da culinária mineira ser reconhecido mundialmente. Que dezembro chegue logo!

 


Avatar

administrator

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *