Candidato à reeleição, o senador Alexandre Silveira (PSD-MG), disse, nesta terça-feira (2/8), que o governador mineiro Romeu Zema (Novo) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) “são um só”, “farinha do mesmo saco”. Durante participação no “EM Entrevista”, podcast de Política do Estado de Minas, Silveira apontou incoerência na postura do chefe do Executivo estadual, que a despeito da estratégia da eleição de 2018, ainda não declarou apoio explícito a Bolsonaro.

“O presidente está ficando sem palanque (em Minas) e o governador vai negá-lo o tempo todo. Mas a sociedade sabe que Zema e Bolsonaro são um só, pensam e agem igual, têm a mesma política econômica, defendem o estado mínimo, a venda da Cemig e da Copasa e as privatizações a qualquer preço”, afirmou. Segundo ele, a entrega, à iniciativa privada de serviços como o fornecimento de água e energia, não funcionaria no cenário brasileiro de desigualdades.

O PL de Bolsonaro apresentou a pré-candidatura do senador Carlos Viana ao governo. Na tarde de hoje, o parlamentar vai se reunir com o presidente da República e com o líder nacional liberal, Valdemar da Costa Neto, sobre os rumos do partido no estado. A participação do deputado federal Marcelo Álvaro Antônio, também do PL, na disputa pelo Senado Federal, é outro tópico em debate.

Para Alexandre Silveira, apesar das conversas, Viana não vai concorrer ao governo pelo PL.

“O presidente está em completo e total constrangimento, em minha opinião. Ele não preparou uma candidatura em seu partido – e Viana tinha todas as condições para apresentar sua candidatura, mas vai ser covardemente fritado. Acho que dificilmente ele será candidato”.

Na semana passada, Zema revelou tratativas com os liberais sobre uma possível aliança local. Apesar do aceno, ele tem pregado lealdade a Felipe d’Avila, presidenciável do Novo.

“O eleitor perdoa qualquer coisa, mas não a incoerência. Há quatro anos, o partido do governador tinha um candidato à presidência: João Amoêdo. E, nos últimos dias (antes) da eleição, Zema declarou apoio a um candidato que sequer tinha participado do pleito por causa daquele triste incidente de Juiz de Fora – que lamentamos, porque qualquer violência tem de ser repudiada por todos”, criticou Silveira.

Governo Zema ‘não fede e nem cheira’

Para o senador pessedista, a gestão feita por Zema no Palácio Tiradentes “não fede e nem cheira”.

“Foi feito, em Minas, um feijão com arroz, mas o estado pode muito mais. Teremos, nesta eleição, uma grande oportunidade de alinhar o governo do estado ao governo federal”, opinou.

Alexandre Silveira vai disputar a eleição deste ano com o apoio do correligionário Alexandre Kalil, ex-prefeito de Belo Horizonte e candidato ao governo. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também compõe o grupo.

“Kalil foi reeleito com 63% dos votos dos belo-horizontinos e, na pandemia, demonstrou sensibilidade social, socorreu a população e cuidou das pessoas. Teremos a oportunidade de alinhá-lo à sensibilidade social e ao apreço de Lula por Minas”, pediu.

Na sexta-feira (29), uma pesquisa do Instituto F5 Atualiza Dados, divulgada com exclusividade pelo EM, Silveira tem 9,2% das intenções de voto, ante 12,7% do deputado estadual Cleitinho Azevedo, pré-candidato do PSC. Quando tem o nome associado a Lula e Kalil, no entanto, o parlamentar do PSD toma a ponta e fica com 26,5%.