A ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), anunciou, nesta quinta-feira (26), uma alteração no formato de divulgação dos votos em municípios com menos de 200 mil habitantes. Nessas localidades, o acompanhamento da apuração continuará ocorrendo normalmente, mas o detalhamento por zona eleitoral só será publicado após a análise de todas as seções da respectiva zona.
Essa mudança afeta apenas as cidades que não terão segundo turno, sem alterar a divulgação dos resultados em municípios maiores, com mais de 200 mil habitantes, onde existe a possibilidade de uma segunda votação para eleger prefeitos. De acordo com o TSE, entre as 5.569 cidades que realizarão eleições neste ano, apenas 103 têm a chance de segundo turno.
O objetivo da mudança é evitar sobrecargas nos sistemas de apuração, já que as eleições de 2024 serão realizadas em um único horário, padronizado para todo o país. Desde 2022, o TSE unificou o horário de votação em função do fuso de Brasília. Esta será a primeira eleição municipal com esse formato. Em 2020, uma sobrecarga similar resultou em uma falha que interrompeu a totalização dos votos por cerca de duas horas.
As eleições municipais apresentam um volume de dados significativamente maior do que as eleições gerais. Enquanto os pleitos gerais envolvem cinco cargos (deputado estadual, deputado federal, senador, governador e presidente), as eleições municipais contam com uma quantidade muito maior de candidatos: cerca de 465 mil, contra 26 mil nas eleições gerais.
“A eleição municipal envolve mais dados, pois são muitos candidatos concorrendo simultaneamente em várias zonas eleitorais. Isso pode causar uma sobrecarga nos sistemas, resultando em possíveis atrasos na soma dos votos e no processamento das informações”, explicou a ministra Cármen Lúcia.
Nas eleições de 2024, aproximadamente 155,9 milhões de brasileiros estão aptos a votar para eleger vereadores e prefeitos em suas respectivas cidades. Além disso, em algumas localidades, haverá consultas populares sobre questões específicas de interesse local.
Cinco cidades, em particular, realizarão votações sobre temas locais. Em São Luís (MA), por exemplo, os eleitores decidirão se apoiam ou não a implementação do passe livre estudantil. Em São Luiz (RR), os cidadãos votarão sobre a possível mudança do nome da cidade para São Luiz do Anauá.
Em Belo Horizonte (MG), os eleitores decidirão sobre a alteração da bandeira da cidade. Já em Dois Lajeados (RS), será discutida a construção de um novo centro administrativo no parque municipal.
Essas consultas populares refletem o caráter participativo das eleições municipais, que vão além da escolha de cargos políticos, permitindo que os eleitores decidam também sobre questões relevantes para suas comunidades.